ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 23-6-2008.
Aos vinte e três dias do mês de junho do ano de dois
mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria
Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D’Avila,
Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Resolução nº 031/08
(Processo nº 3668/08) e, juntamente com a Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 159/08 (Processo nº 3772/08); pelo Vereador Dr. Raul,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 161/08 (Processo nº 3876/08). Também, foram
apregoados os Ofícios nos 474 e 475/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 036/08 e o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 009/08 (Processos nos 4154/08 e4151/08,
respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 1255/08, da
Senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Produtos de Repasse da Caixa
Econômica Federal – CEF –; 547832, 547914 e 549962/08, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Professor Garcia,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o
período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do octogésimo
aniversário da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida,
nos termos do Requerimento nº 050/08 (Processo nº 3711/08), de autoria da
Vereadora Maristela Meneghetti. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Irmã Salete Verônica
Dalmagro, Superiora-Geral da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa
Senhora Aparecida; o Frei Sylvio Dall’Agnol, da Ordem dos Frades Franciscanos
Capuchinhos; o Frei Dom Ângelo Domingos Salvador; a Senhora Maristela Galarça
Dutra, Diretora da Escola de Educação Básica Rainha do Brasil; a Senhora
Fabiane Köhler, Diretora da Escola de Educação Fundamental Nossa Senhora do
Brasil; a Senhora Luciane Zaneti dos Santos, Diretora da Escola Especial para
Surdos Frei Pacífico. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia homenageou
os oitenta anos de atividades da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa
Senhora Aparecida, relatando a história dessa entidade e destacando sua
colaboração para a educação, por meio das três escolas de que é mantenedora.
Nesse sentido, chamou a atenção para atividades assistenciais promovidas pela
Congregação homenageada, em especial no tocante a missões realizadas na Bolívia
e na África. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Meneghetti,
registrando que Sua Excelência estudou na Escola Rainha do Brasil e recordando
histórias da sua vida escolar naquela instituição, parabenizou a Congregação
das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida pelo seu octogésimo
aniversário. Além disso, afirmou que as atividades de cunho assistencial
efetuadas pelas escolas mantidas por essa Congregação incutem em seus alunos o
senso de responsabilidade social. O Vereador Luiz Braz salientou que três de
seus filhos foram alunos da Escola Rainha do Brasil, atribuindo aos valores morais
e à qualidade de ensino dessa instituição o fato de eles terem, hoje, projetos
de vida bem encaminhados e lembrando do envolvimento de Sua Excelência na busca
de melhorias para essa Escola. Nesse contexto, parabenizou a Congregação ora homenageada,
considerando a Escola Rainha do Brasil uma das melhores instituições
educacionais de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni
destacou a dificuldade existente atualmente para que congregações religiosas
consigam disseminar valores humanos, em especial na formação espiritual de
novos clérigos. Em relação ao tema, julgou necessário que se louve, em uma
homenagem como a que a Câmara Municipal de Porto Alegre hoje presta à
Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, entidades que se
dediquem à formação escolar. O Vereador Ervino Besson transmitiu os cumprimentos
da Bancada do PDT à Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora
Aparecida pelo seu octogésimo aniversário. Sobre o assunto, exclamou que as
três instituições de ensino mantidas por essa Congregação são referência de
qualidade no campo da educação, referindo-se especialmente à Escola Especial
para Surdos Frei Pacífico. Finalizando, elogiou a responsabilidade social
demonstrada pela entidade homenageada. O Vereador João Antonio Dib recordou a
participação do Frei Pacífico de Bellevaux na formação da Congregação das Irmãs
Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, mencionando a relação de sua família
com esse religioso durante a infância de Sua Excelência, no Município de
Vacaria. Ainda, manifestou seus votos de que a Congregação hoje homenageada pela
Câmara Municipal de Porto Alegre continue servindo à comunidade
porto-alegrense. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Irmã
Salete Verônica Dalmagro e ao Frei Sylvio Dall’Agnol, que agradeceram a
homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre à Congregação das
Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida. Às quinze horas e dezesseis
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde nos dias de hoje e amanhã, tendo o Senhor Presidente
declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na
oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Margarete Moraes,
informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança nos
dias de hoje e amanhã, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Em prosseguimento,
o Senhor Presidente registrou o transcurso, no dia vinte e um de junho, do
aniversário do Vereador Adeli Sell, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora,
de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell
questionou atestados de qualificação técnica exigidos em licitações
implementadas pelo Departamento de Esgotos Pluviais e pelo Departamento
Municipal de Água e Esgotos. Ainda, comentou concurso realizado este ano pela
Companhia Carris Porto-Alegrense, para provimento de vagas para o cargo de motorista,
asseverando que ocorreram problemas mecânicos em um dos veículos utilizados por
ocasião da prova prática dos candidatos. A seguir, o Senhor Presidente registrou
a presença, neste Plenário, do Jornalista José Silva e do Radialista Antônio
Carlos Galante Contursi, conhecido como Cascalho. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Alceu Brasinha registrou sua satisfação com os resultados positivos que vêm
sendo alcançados pela equipe do Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense. Além disso, atentou para a possibilidade de
instalação de um novo empreendimento comercial de grande porte na Avenida
Sertório, analisando as dificuldades que a implantação de estabelecimentos
desse tipo acarreta para as micro e pequenas empresas, bem como a redução de
vagas de trabalho. O Vereador Bernardino Vendruscolo informou que hoje deverá
ser sancionada pelo Prefeito José Fogaça a Lei Municipal nº 10.474, oriunda de
projeto de sua autoria, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e
contâineres em vias públicas da Cidade. Quanto ao assunto, destacou que os fabricantes
desses equipamentos terão noventa dias para se adaptarem à nova legislação,
lembrando que os recursos provenientes das multas aplicadas serão investidos em
programas direcionados à educação de trânsito. Após, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO
ESPECIAL ao Vereador Luiz Braz, que discorreu acerca da Comissão
Especial constituída
nesta Casa para avaliar e discutir o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
007/07, que dispõe sobre o Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA. Nesse sentido,
anunciou que ainda nesta semana deverão ser encaminhadas aos Senhores
Vereadores cópias do Relatório elaborado por Sua Excelência, como Relator, de
análise e compilação das Emendas apresentadas a esse Projeto. Em GRANDE EXPEDIENTE, a
Vereadora Margarete Moraes declarou que se observa na América Latina um
processo liderado pelo governo estadunidense e iniciado no Rio Grande do Sul
após a posse da Governadora Yeda Crusius, tendo como objetivo a criminalização
dos movimentos sociais, em especial quando envolvendo grupos indígenas. Também,
debateu a Lei Complementar Municipal nº 591/08, que proíbe o depósito de
animais mortos em logradouros públicos da Cidade. A Vereadora Maria Celeste
comentou o atendimento médico-hospitalar a que tem acesso a população,
afirmando que a qualidade desse serviço atualmente é prejudicada por carências
em termos de recursos humanos e materiais verificadas nas unidades de saúde de
Porto Alegre. No referente ao tema, contestou políticas desenvolvidas pelo
Prefeito José Fogaça na gestão de verbas repassadas ao Município pelos Governos
Federal e Estadual para investimentos em projetos da área da saúde pública. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila classificou como preconceituosos
os posicionamentos assumidos pelo Deputado Dionilso Marcon, conforme divulgado
pela imprensa, ao questionar a contratação de ex-presidiário para exercer
função junto ao Governo Estadual. Ainda, enfocou a importância e os resultados
positivos alcançados pelos projetos de ressocialização promovidos no Rio Grande
do Sul pela Fundação de Apoio aos Egressos do Sistema Penitenciário. O Vereador
João Antonio Dib discorreu acerca da transferência de recursos, para Porto
Alegre, oriundos do Sistema Único de Saúde, afirmando que as dificuldades
existentes no atendimento médico à população são decorrentes de má distribuição
desses recursos por parte do Governo Federal. Ainda, analisou problemas
enfrentados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre no que se refere ao gerenciamento
de suas contas públicas, em decorrência de falhas administrativas da gestão
anterior no Município. O Vereador Haroldo de Souza endossou o pronunciamento do
Vereador João Antonio Dib, no atinente às explicações sobre a situação dos
investimentos na área da saúde pública municipal. Nesse contexto, explicou que
existem contradições nas afirmações feitas por Vereadores do PT quanto à
realidade político-administrativa de Porto Alegre e que nos últimos três anos
da gestão anterior a Prefeitura Municipal atuou com déficit nas suas contas. O
Vereador Alceu Brasinha destacou as obras realizadas pelo Prefeito José Fogaça
em Porto Alegre, mencionando como principal exemplos dessa atuação a reforma em
quarenta e três Postos de Saúde e a recuperação das contas municipais. Ainda,
elogiou as políticas adotadas pela Governadora Yeda Crusius, especialmente na
área da segurança pública, justificando que a Polícia Civil, em conjunto com a
Brigada Militar, têm feito um trabalho muito bom no combate à criminalidade. O
Vereador Aldacir Oliboni protestou contra o que considera a falta de
investimentos na área da saúde por parte dos Governos Municipal e Estadual.
Nesse contexto, registrou o repasse de recursos federais para Porto Alegre,
analisando dados disponibilizados na internet pelo Ministério da Saúde sobre o
assunto, e protestou contra a situação verificada em Postos de Saúde da Cidade,
que constam como tendo sido reformados pelo Executivo Municipal. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador João Antonio Dib enfatizou a importância do
acompanhamento da execução orçamentária municipal, afim de que os dados
informados à população não sejam distorcidos. Sobre a matéria, detalhou os
recursos recebidos por Porto Alegre do Governo Federal nos últimos anos,
sustentando que, atualmente, tem havido diminuição no aporte de dinheiro
repassado ao Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen,
reportando-se às discussões havidas na Sessão de hoje, acerca dos investimentos
públicos na área da saúde no Brasil, opinou que o Governo Federal não tem
administrado com a devida competência os recursos do erário. Também, argumentou
que há problemas sérios nos âmbitos da segurança e educação no Brasil,
propugnando por maiores esforços políticos para que se melhore a situação social
da população. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, a Vereadora Maria Celeste
confirmou as afirmações feitas anteriormente por Sua Excelência, relativamente
às dificuldades de gestão da área da saúde no Município. Ainda, discorreu sobre
dificuldades financeiras enfrentadas no último ano do Prefeito João Verle, alegando
que o Senhor José Fogaça perdeu a credibilidade como Prefeito, em decorrência
de decisões equivocadas quanto aos investimentos dos recursos públicos. Na ocasião, foram apregoados os seguintes
Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: de nº 028/08, de autoria do Vereador
Maurício Dziedricki, hoje, em evento do Projeto Pescar, às dezessete horas e
trinta minutos, na Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto
Alegre, em Porto Alegre; de nº 030/08, de autoria do Vereador José Ismael
Heinen, no dia vinte e cinco de junho do corrente, na Sessão Solene em
comemoração aos duzentos anos de nascimento do Marechal Manoel Luis Osorio, às
quatorze horas, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; de nº
024/08, de autoria do Vereador Ervino Besson, no dia vinte e cinco de junho do
corrente, na solenidade em homenagem ao Diácono Ivo Guizardi, Superintendente
Executivo da Arquidiocese de Porto Alegre, às quatorze horas, no Secretariado
de Ação Social dessa Arquidiocese, em Porto Alegre. A seguir, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº
021/08. Durante
a apreciação do Projeto de Resolução nº 021/08, o Vereador Ervino Besson,
afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
043/07, com Mensagem Retificativa e com ressalva da Emenda nº 01 aposta, por vinte
e seis votos SIM, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino
Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Neuza
Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Emenda
nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/07. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 036/08, após ser encaminhado à votação pela Vereadora
Sofia Cavedon e pelo Vereador Professor Garcia. A seguir, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Nilo Santos, solicitando a retirada do
Requerimento nº 247/05 da priorização das matérias a serem apreciadas na Ordem
do Dia da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Lei do Legislativo nº 072/04, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Beto
Moesch, Carlos Todeschini, Luiz Braz, José Ismael Heinen, Guilherme Barbosa e
Carlos Comassetto, teve sua apreciação suspensa, em face da inexistência de quórum.
Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, a Vereadora
Maria Luiza cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Beto Moesch. Às dezoito horas e treze
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo
Vereador Professor Garcia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Claudio Sebenelo, Ervino Besson e Aldacir Oliboni e
secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para um Requerimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a inversão dos trabalhos, a fim de começarmos, de
imediato, o período de Comunicações, para homenagearmos o transcurso do 80º
aniversário da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento do Ver. Professor Garcia, que solicita a inversão dos trabalhos.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a
assinalar o transcurso do 80º aniversário da Congregação das Irmãs Franciscanas
de Nossa Senhora Aparecida, nos termos do Requerimento nº 050/08, de autoria
dos Vereadores Maristela Meneghetti e Professor Garcia, Processo nº 3.711/08.
Convidamos para
compor a Mesa: a Irmã Salete Verônica Dalmagro, Superiora Geral da Congregação
das Irmãs Franciscanas da Nossa Senhora Aparecida; o Frei Sylvio Dall’Agnol, da
Ordem dos Frades Franciscanos Capuchinhos; Dom Frei Angelo Domingos Salvador; a
Srª Maristela Galarça Dutra, Diretora da Escola de Educação Básica Rainha do
Brasil; a Srª Fabiane Köhler, Diretora da Escola de Educação Fundamental Nossa
Senhora do Brasil; a Srª Luciane Zaneti Santos, Diretora da Escola Especial
para Surdos Frei Pacífico. (Palmas.)
Todos são muito
bem-vindos, especialmente a comunidade escolar que honra esta Casa com a sua
presença. Prestigiam também esta solenidade os demais Freis da Ordem dos Frades
Franciscanos Capuchinhos; professores, alunos e colaboradores da Escola de Educação
Básica Rainha do Brasil; da Escola Especial para Surdos Frei Pacífico e da
Escola de Educação Fundamental Nossa Senhora do Brasil; irmãs e formandas da
Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, todos muito
bem-vindos.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra, como
proponente da homenagem, para fazer sua saudação aos homenageados.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Presidente, Ver. Sebastião Melo, cara Irmã Salete Verônica Dalmagro, Superiora
Geral da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida; prezado
amigo Sylvio Dall’Agnol, da Ordem dos Frades Franciscanos Capuchinhos; aproveito
aqui também para fazer uma saudação ao Frei Rovílio, frade franciscano;
caríssimo Dom Frei Ângelo Domingos Salvador; prezada professora Maristela
Galarça Dutra, Diretora da Escola de Educação Básica Rainha do Brasil, às Irmãs
Leila e Jane, Vice-Diretoras; prezada Srª Fabiane Köhler, Diretora da Escola de
Educação Fundamental Nossa Senhora do Brasil, e também à Irmã Inês Piazzon,
Vice-Diretora; à prezada Luciane Zaneti Santos, Diretora da Escola Especial
para Surdos Frei Pacífico, e à Irmã Maria de Lourdes.
Senhores Vereadores, Sras Vereadoras,
demais autoridades aqui presentes, em especial, como o Presidente já citou, a
Congregação dos Frades Franciscanos Capuchinhos, que durante todo este tempo
convivem, de maneira fraterna, com a Congregação das Irmãs Franciscanas; os
professores, alunos e colaboradores das três escolas, e as Irmãs - e aqui eu
sei que há várias Irmãs, inclusive várias Irmãs diretoras. Com a permissão da
Superiora Geral, quero fazer uma saudação a uma Irmã que já nos deixou, com
quem pude conviver por trinta anos, a Irmã Antônia. A Irmã Antônia foi daquelas
pessoas que em vida, pela sua simplicidade, pela sua maneira de ser, pela sua
dedicação, era uma pessoa que sempre estava pronta para ouvir e sempre tinha
uma boa palavra. Então, quero dizer que ela era daquelas pessoas que, em vida,
já foi santa. Eu queria fazer essa ressalva.
Quero agradecer à Verª Maristela Meneghetti por
esta oportunidade, sei que a Vereadora depois ocupará esta tribuna, porque foi
aluna da Escola. Cabe sempre a um dos proponentes falar um pouco, contar um
pouco da história.
Foi na década de 1920, por inspiração do Espírito
de Deus, que despertou em Morena de Azevedo e Souza, a idéia da fundação de uma
Congregação brasileira e gaúcha. Acolhida essa idéia por Frei Pacífico de
Bellevaux e D. João Becker, a Congregação foi-se constituindo. A finalidade
seria acolher moças com costumes e cultura brasileiras, mas foi crescendo, e em
24 de junho de 1928 - portanto, amanhã fará 80 anos -, após a celebração da
Santa Missa, com a presença de Morena e suas companheiras, D. João Becker
pronunciou essas palavras: “Deixo nosso Senhor entregue às senhoras”. Foi um
momento rico e também de muita responsabilidade. Estava fundada a Fundação,
cujo alicerce era o Divino Hóspede. O carisma foi criando sempre mais
consistência e a Congregação expandindo. Morena, na Congregação, chamou-se Irmã
Clara e as nossas casas foram batizadas de Betânia. Hoje, a Congregação conta
com três escolas - as escolas já citadas -, com aproximadamente dois mil
alunos. No ano passado, tive a oportunidade de também fazer homenagem à Escola
de Ensino Fundamental Frei Pacífico, Escola de Educação para Surdos, que
completou, no ano passado, 50 anos. Uma obra muito rica pela valorização e
solidariedade, principalmente buscando a inclusão social.
Por tudo isso, caríssimos Vereadores e Vereadoras,
nesta tarde, fico muito agraciado, de maneira fraterna, e grato porque meu
filho mais velho, o Felipe, teve a oportunidade de estudar nesta escola; foi
presidente do grêmio estudantil, e, depois, naquela época, essa Escola Rainha
do Brasil não tinha o Ensino Médio, era somente até a 8ª Série. Então, o
Felipe, como eu brinco, desceu o morro e foi estudar no Colégio Santo Antônio.
Na realidade, desejamos vida longa a esta Congregação,
e que ela possa, cada vez mais, trabalhar em prol dos alunos. E sei também da
obra assistencial, da obra comunitária que a cada dia que passa essa
Congregação também está procurando, além disso tem o trabalho lá no Hospital de
Caridade Sant’Ana, em Bom Retiro do Sul. Hoje esse trabalho foi ampliado, está
na Bolívia e na África, mostrando que o chamamento das vocações é necessário, e
as Irmãs estão fazendo isso com propriedade. Parabéns pelos 80 anos. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Maristela Meneghetti está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Ver. Professor Garcia, gostaria de lhe agradecer
pelo momento que V. Exª me proporciona porque, na verdade, essa homenagem é de
sua autoria, mas eu me sinto muito agraciada em poder homenagear as Irmãs
Franciscanas, pois eu estudei na Escola Rainha do Brasil de 1976 até 1984, e
tenho muito claro em minha mente, em meu coração, os melhores momentos da minha
vida, que eu passei na Escola Rainha do Brasil.
Eu até tinha escrito algo para dizer, mas eu não
vou falar sobre o que eu escrevi; eu vou falar sobre o que estou sentindo neste
momento, que é uma emoção muito grande. Eu tenho muito clara, ainda, a presença
das Irmãs no meu coração e na minha mente: a Irmã Glória Maria Fopa, que era a
Diretora na minha época; a Irmã Adelaide, que foi a minha professora no Jardim,
foi a primeira professora que eu tive; a Irmã Maria da Graça, que foi a minha
professora na 1ª Série; a Irmã Helena, que era aquela monitora que cuidava de
nós, crianças, todas muito arteiras, eu me lembro muito disso; a Irmã Maria,
que cuidava do internato; nós fugíamos, às vezes, depois do intervalo - nós não
íamos para a aula -, para ir lá sentir o cheirinho da comida que ela preparava.
A Irmã Maristela, minha tocaia, foi minha professora de História; e a Irmã
Josema. Eu tenho tudo isso muito claro na minha mente. O hino da escola “Serena
rebrilhando qual nova estrela de nível perfil, o bem nos apontando, escola, és
Rainha do Brasil”.
Eu quero dizer às Irmãs, às professoras da Escola,
que o ser humano que eu sou hoje, com os valores que me foram ensinados, a ser
fraterna, a dividir para poder somar, a ser solidária, eu devo a elas, e, se
hoje eu estou aqui, muito eu devo à escola. Eu não me esqueço, Irmã, dos jogos
da primavera, do concurso “A boneca da Escola”, das campanhas que nós fazíamos,
arrecadando alimentos, roupas. Mas, aquela época, eu era uma criança, eu não
entendia muito o porquê. Eu entendia que era para nós ajudarmos as pessoas mais
carentes. Mas, hoje, eu tenho 37 anos, e agora eu entendo o porquê que vocês
nos ensinavam tudo isso.
Então, eu quero dizer que, para mim, é uma grande
honra ter sido aluna de vocês, tudo de bom que eu aprendi na minha vida foi com
vocês. E esta homenagem é muito pouco pelo muito que vocês nos ensinaram. Eu
queria agradecer, então, Sr. Presidente, a todas as Irmãs, às Professoras, e
parabenizar vocês, e que continuem nesse caminho. Muito obrigada!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Verª Maristela Meneghetti.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião
Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero cumprimentar todos os
senhores e senhoras que fazem parte da Direção do Colégio Rainha do Brasil, do
corpo docente e discente. A história da nossa vida, da vida da minha família,
está muito marcada pelo Colégio Rainha do Brasil. Os meus filhos, os mais
velhos, passaram pelo Colégio Rainha do Brasil; os mais novos não freqüentaram,
mas, como são muitos, então, pelo menos os três mais velhos estiveram presentes
lá no Colégio Rainha do Brasil. E nós temos, é claro, lembranças muito boas do
Colégio Rainha do Brasil, Ver. Professor Garcia, porque os mais velhos, na
verdade, já têm hoje os seus projetos de vida; já faz bastante tempo que
passaram por lá. Dois deles estão já casados; o outro ainda não, mas estão bem
encaminhados em sua vida. E eu acredito que boa parte daquilo que eles,
realmente, conseguiram fazer, fundamentando-se em valores, em princípios de
moral, se deve àquilo que eles conseguiram aprender lá do Colégio Rainha do
Brasil.
Eu mesmo tenho uma nora que, durante um bom tempo,
se dedicou como professora lá no Rainha do Brasil. Hoje ela dá aulas no Colégio
Anchieta e no Colégio Farroupilha. Eu fico vendo as qualidades exuberantes que
tem a Michele, como professora, e vejo que ela é um retrato daquilo que é o
quadro de professores do Rainha.
Quando o Ver. Professor Garcia nos traz esta
oportunidade de homenagearmos o Rainha do Brasil, eu fico extremamente feliz.
Olho para as senhoras e para os senhores e os vejo como participantes da minha
vida, são meus companheiros de jornada desta vida. Durante, pelo menos, uma boa
parte da minha existência, nós estivemos juntos naquele local. Eu sei que
alguns dos senhores e das senhoras chegaram mais recentemente, mas muitos dos
que eu vejo aqui são companheiros de muito tempo, e eu fico envaidecido em
saber que essa escola começou pequena, mas, hoje, realmente, é uma das maiores
escolas que nós temos aqui na nossa Porto Alegre.
Parabéns a vocês, e eu tenho certeza absoluta de
que esta Casa se sente muito orgulhosa em poder estar prestando esta homenagem.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Sem dúvida, nós temos aqui hoje a oportunidade de
poder lembrar um pouco da história de cada Vereador que passou por esses
colégios de irmãs, de educadoras, que, acima de tudo, deixaram marcas na vida
de cada um - inclusive são muitos aqui, Irmã, os Vereadores e Vereadoras. Quero
saudar a iniciativa do Ver. Garcia, da Verª Maristela Meneghetti, em poder
trazer para esta Casa um pouco dessa lembrança.
Eu fui seminarista na Congregação dos Padres
Josefinos de Murialdo. Naquela época, 1979, quando vim de Araranguá, pude fazer
o noviciado, Irmã, com três irmãs, se não me engano, da sua Congregação, e está
aqui presente a Inês Piasson, que fez o noviciado conosco em 1979 - vejam só a
importância disso. Por isso eu disse que cada Vereador tem um pouco da sua
história ligada a essa Congregação das Irmãs Aparecidas.
Mas eu quero dizer, Ver. Garcia, que escolher a
vida religiosa, como todos nós sabemos, não é para qualquer um ou para qualquer
uma, porque nós temos que distinguir valores que não são materiais, mas são
humanos, e é por isso que hoje a Congregação das Irmãs, como também muitas
outras congregações de padres, têm uma grande dificuldade de trazer para dentro
das congregações esses educadores, porque o mundo ali fora, o mundo da caixinha
da televisão, traz esses valores muito confundidos. É preciso que existam
educadores como as Irmãs, os Freis, com uma larga experiência de vida, para que
possam ajudar as jovens irmãs ou seminaristas, que, por sua vez, ao longo do
seu amadurecimento, vão decidir os destinos da sua vida. Não foi por acaso que,
como eu, muitos outros decidiram lá na sua juventude, num momento muito importante
de sua vida, entre os 18 e os 22 anos... Dá uma impressão que ali o jovem sabe
de fato o que ele quer, porque antes disso são centenas de jovens que querem
ser, sim, seguidores da vida religiosa, e nós percebemos que nessa idade se
chega num funil muito difícil, como aconteceu com a minha turma, que, de 24 e
12 noviciados, somente um se formou padre. Vejam só a enorme dificuldade!
E é por isso que nós temos que, num dia como este,
de 80 anos de trabalho - também em nome da Bancada do PT -, dar os parabéns
também pelo louvor da grandeza desses colégios por que passam centenas,
milhares de jovens, em que vão decidir o futuro de suas vidas. Num dia tão
importante como hoje, quando alguns Vereadores trazem para esta Casa este
momento de reflexão, mas acima de tudo de louvor, nós temos que parabenizar,
agradecer, porque essa formação que temos lá no 1º e no 2º graus, vão se
refletir aqui, como disse a Verª Maristela Meneghetti, para a vida. Nós somos o
que nós aprendemos ontem, e reproduziremos no futuro o que aprendemos hoje.
Portanto, em nome da Bancada do PT, quero dizer que
este momento de grandeza se reflete para todos nós como um momento de
comemoração compartilhada, e, acima de tudo, dizer que, nós todos, às vezes,
nos empolgamos no microfone, mas percebemos que, sem Deus, sem ter a mensagem,
a fé e a dignidade, não somos nada. Por isso é importante que cada ser humano
aqui possa lembrar um pouco do seu passado, para poder ajudar alguém que vem aí
e será o futuro dessa geração que vem logo mais. Muito obrigado. Parabéns, em
nome da nossa Bancada, e muito sucesso!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu falo em nome da minha Bancada, a
Bancada do PDT, composta pelos Vereadores João Bosco Vaz, Mauro Zacher, Nereu
D’Avila e pela nossa Verª Neuza Canabarro, que também teve uma história muito
marcante na área da Educação. Eu quero parabenizar os colegas Vereadores
Maristela Meneghetti e Carlos Alberto Garcia pela brilhante iniciativa, e quero
aqui também, em nome da Bancada, dar um abraço muito fraterno a todas as irmãs,
à Direção das três Escolas, aos alunos, pela história que essas três Escolas
representam aqui para o nosso Estado; uma história muito bonita. Em 1947, foi
fundada a primeira Congregação brasileira aqui no Estado. Se nós conversarmos
com qualquer munícipe desta nossa querida Porto Alegre, não só de Porto Alegre,
mas do Estado do Rio Grande do Sul, sobre qualquer uma dessas três Escolas,
logo as pessoas se lembram, porque representam essa caminhada na área da
Educação, meu caro Professor Garcia, essas três Escolas que estão sendo
homenageadas hoje aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre.
E, quando se fala numa mudança neste País, nós não
podemos esquecer que essa mudança tem que partir desse ponto número um, dessa
palavra-chave, que é a educação do nosso povo. Essas três Escolas, desde a sua
fundação, ao longo dos anos, prestam esse relevante e extraordinário trabalho,
reconhecido na área da Educação, graças ao esforço desta Congregação que, em
1947, veio aqui para Porto Alegre e fundou essas três Escolas, com esse
extraordinário trabalho na área da Educação, com grande responsabilidade.
Quando a gente conversa com muitas famílias, como
homens públicos, com familiares que têm alunos, jovens que têm problemas
auditivos, dificilmente a gente conversa com uma pessoa que não se emociona
quando fala na Escola, pelo trabalho que representa para essas famílias, que
jamais teriam as condições de dar uma qualidade de vida, um horizonte de vida
para esses alunos, mas, graças a Deus, nós temos uma escola que presta esse
extraordinário e relevante trabalho para os nossos jovens.
Eu vou ler aqui só uma parte da missão dessas
queridas irmãs (Lê.): “A missão de viverem e atuarem no meio do povo, servindo
aos mais abandonados nos porões da humanidade, onde ninguém se acotovela”. Olha
só que bela frase! E isso é verdade, este é o trabalho dessas irmãs, é o
trabalho das Direções das Escolas. Como a Verª Maristela Meneghetti falou aqui,
que se emocionou no momento em que fez o seu pronunciamento; minha querida
colega Verª Maristela, eu tenho certeza de que muitos jovens que passaram por
esta Escola têm a mesma formação e a mesma vontade de dizer o que V. Exª
acabou, há pouco, de pronunciar aqui nesta tribuna.
Portanto, queridas irmãs, Direção da escola,
alunos, enfim, essa grande família que vocês formam, recebam o nosso abraço,
parabéns, e que Deus ilumine sempre e sempre essa caminhada de vocês! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
Esta Congregação se
iniciou com um grupo de jovens porto-alegrenses, que eram denominadas Cruzeiras
de São Francisco e levaram até a presença de Dom João Becker, no dia 24 de
maio, tornando-se uma Congregação que hoje está além das fronteiras do Brasil,
atendendo e ajudando muita gente com as suas “betânias”, onde as “marias” e as
“martas” estão representadas; “marias”, pela contemplação, e as “martas”, pelo
trabalho. Mas também falo com muita satisfação, porque essas jovens que
iniciaram, que deram origem à Congregação, se reuniram em torno de uma pessoa
extraordinária - Frei Pacífico de Bellevaux. E eu tenho o prazer de ter sido
batizado por ele, assim como meu irmão que, em 1931, lá em Vacaria, foi dado
como morto; a minha mãe, que era muito religiosa, queria que ele fosse batizado,
mas de forma nenhuma o Frei Pacífico quis batizá-lo, porque ele estava morto. A
minha mãe tanto insistiu que ele fez o sinal-da-cruz sobre o meu irmão, e o meu
irmão, naquela hora, começou a chorar. Para minha mãe isso sempre foi um
milagre, e eu até acredito que tenha sido. Por outro lado, a minha mãe, que
faleceu aos 95 anos, fazia as suas orações, em casa, diante da imagem da sua
devoção, de Nossa Senhora Aparecida, que hoje continua nas mãos de minha irmã.
Amanhã, o dia do aniversário é o Dia de São João, meu onomástico.
Então, por todas essas razões, eu quero
cumprimentar os Vereadores novamente e dizer que desejo à Congregação toda a
sorte do mundo e que ela continue servindo, com as suas “betânias”, com as suas
escolas, à coletividade, em todos os lugares em que forem levando a
Congregação, porque, como eu disse, ela já passou as fronteiras do Brasil. Nós
temos a satisfação de saber que o Movimento que começou em Porto Alegre é
reconhecido no mundo. Longa vida, muito sucesso! Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Irmã Salete
Verônica Dalmagro está com a palavra.
A SRA. SALETE VERÔNICA DALMAGRO: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Neste ano de 2008, celebramos 800
anos do Movimento Franciscano. Como Congregação, as Irmãs Franciscanas de Nossa
Senhora Aparecida celebram 80 anos de fundação. Somos a primeira Congregação
fundada no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Há 80 anos, após celebrar a
Eucaristia, D. João Becker, bispo arquidiocesano de Porto Alegre, deixou o
Cristo Eucarístico no sacrário da capela da primeira casa da Congregação,
localizada na atual Rua Sarmento Leite, e disse às primeiras Irmãs: “Deixo
Nosso Senhor aos cuidados das senhoras”. Essa celebração eucarística, acontecida
em 24 de junho de 1928, marcou o início de nossa família religiosa na Igreja e
na sociedade. A fundadora, Morena de Azevedo e Souza, que recebeu, mais tarde,
o nome de Madre Clara, passadas algumas décadas, disse: “A sementinha lançada
em nossa terra gaúcha, em terreno franciscano, recebeu os benéficos raios do
divino sol no sacrário da primeira capelinha do nosso velho ninho. A plantinha
querida é hoje uma grande árvore. Graças vos damos, Senhora!”
Aos 80 anos, celebra-se jubileu de carvalho. O
carvalho é uma árvore que, quanto mais tempestades enfrenta, mais forte e firme
se torna. Com certeza, as lutas e as dificuldades desses 80 anos nos ajudaram,
como Congregação, a aprofundar nossas raízes em Deus e a solidificar nosso
Carisma congregacional, ou seja, a nossa missão, a nossa espiritualidade na
Igreja e na sociedade. Crescemos no compromisso de amor e solidariedade aos
mais abandonados, desejo profundo de nossos fundadores, Madre Clara e Frei
Pacífico.
Neste ano jubilar, acompanhou-nos o lema “Na graça
das origens, com pé seguro, avance!” Neste momento, convido as Irmãs,
formandas, alunos, professores, direção das escolas, a cantarmos juntos este
lema jubilar.
(Canta o lema.)
A SRA. SALETE VERÔNICA DALMAGRO: Madre Clara,
nossa fundadora, é gaúcha, filha do Sr. Vasco de Azevedo e Souza; homem
dinâmico e muito empenhado na busca do bem comum, tanto em Porto Alegre como,
depois, em Santa Cruz do Sul, onde nasceu a nossa fundadora. Ela, por sua vez,
educanda exemplar em sua terra, foi excepcional também no Instituto de Educação
General Flores da Cunha, aqui em Porto Alegre, onde concluiu o curso de
Magistério. O Presidente do Estado, na época, Antônio Augusto Borges de
Medeiros, reconheceu isso, nomeando-a como educadora, antes mesmo que ela
tivesse concluído o curso. De 1917 a 1926, Morena de Azevedo e Souza lecionou
no ensino público estadual. Depoimentos de alunos dão provas da qualidade e
responsabilidade que imprimia à sua missão de educadora, exercida entre os mais
necessitados de Porto Alegre.
Em meados de 1920, essa cidadã passou a buscar um
ideal ainda maior. Sua sensibilidade humana, profissional e cristã levou-a a
captar o anseio da juventude feminina que a rodeava: adaptar a vida religiosa
consagrada ao modo nacional de ser e de viver. Consagrar a vida inteiramente a
Deus para gastá-la ao serviço dos outros. E, assim, concretizaram o ideal: a
fundação de uma Congregação brasileira com espírito franciscano, tendo o Frei
Pacífico, capuchinho, como co-fundador, depois de obter o irrestrito apoio da autoridade
eclesiástica, na época, Dom João Becker, em 1927, concretizava a fundação da
Sociedade Beneficente Cruzeiras de São Francisco, agora com a denominação de
Associação Cruzeiras de São Francisco.
Somos gratas, como Família Aparecida, ao Frei
Pacífico, frei capuchinho, pela presença sábia e firme na orientação dada às
primeiras Irmãs. Queria uma Congregação em que as irmãs seriam “martas” e
“marias” - “martas” pela atividade, sem deixarem de ser “marias” pelo
recolhimento e união com Deus. Madre Clara, desde o início, revelou consciência
e compromisso social. Em 1930, junto com um pequeno grupo de simpatizantes de
seu ideal, fundou a primeira obra social que denominou “Escola Nossa Senhora do
Brasil”. Nela acolhia, além das simpatizantes do seu ideal, operárias, jovens
do interior do Estado e crianças órfãs e abandonadas, oferecendo-lhes, além de
um lar seguro, sólida e generosa educação.
Na mesma década, a casa na Rua Sarmento Leite se
tornou insuficiente para bem acolher o número de pessoas que buscava o
atendimento de nossas primeiras Irmãs.
Com a sábia influência de Frei Pacífico, a Srª
Heloísa Sampaio Chaves Barcelos fez doação de um novo e amplo imóvel. Madre
Clara, as Irmãs e as jovens atendidas puderam transferir residência para a Rua
Paulino Chaves, no atual bairro Santo Antônio, em junho de 1935.
E o sonho de Madre Clara continuou a se realizar:
abriu a Escola particular da Pia Fundação Nossa Senhora Aparecida, na qual as
crianças e jovens socialmente necessitadas passaram a freqüentar as séries
iniciais do ensino oficial. A manutenção delas advinha do trabalho das Irmãs e
da generosidade do povo de Porto Alegre.
Na década de 1949, fundou a Escola de Ensino
Fundamental Nossa Senhora do Brasil, situada no bairro São José, em Porto
Alegre.
Nos anos 1950, no bairro Santo Antônio, Madre Clara
e as Irmãs estenderam a educação inicial primeiramente à juventude do bairro,
e, em meados dessa década, implantaram o Ensino Fundamental completo, visando
inclusive a garantir a inserção na sociedade e dar autonomia às meninas e
jovens acolhidas. Foi assim o nascimento da atual Escola de Educação Básica
Rainha do Brasil, que guarda, atualmente, esse caráter social.
Desde a década de 1940, portanto, a Congregação
desenvolveu atividades educativas, hospitalares, e nas comunidades onde a vida
está mais ameaçada.
Ela o fez também nos municípios de Cotiporã,
Imigrante, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Bom Retiro do Sul, Soledade,
Arvorezinha, Putinga e Palmares do Sul. Atuou, também, no município de Praia
Grande, em Santa Catarina.
Recentemente, estendemos as atividades aos estados
de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas; e, no Exterior, na Bolívia e
Guiné Bissau. Em todos esses lugares, desenvolvendo projetos sociais,
especialmente na promoção humana, por estarem inseridas em regiões socialmente
desprovidas de direitos humanos elementares.
No ano de 1956, a Congregação concretizou um
aspecto fundamental do Carisma: atender aos mais abandonados. Fundou a atual
Escola Especial para Surdos Frei Pacífico, escola e clínica, e essa instituição
presta um qualificado e essencial serviço à comunidade surda.
A Congregação procura realizar o ideal dos
fundadores, que desejavam que as irmãs atuassem inseridas no meio do povo, de
acordo com o tempo e as circunstâncias, numa inserção sempre renovada, na
igreja e com a igreja.
Que Deus nos abençoe a todos e que possamos
prosseguir guiados pelos valores do Evangelho, no cuidado da vida dos nossos
irmãos e irmãs.
Obrigada, Verª Maristela
Meneghetti e Professor Garcia, por este momento tão especial; obrigada
Presidente, Ver. Sebastião Melo, por este momento tão significativo para a
nossa família congregacional. Que Deus os recompense! A todos, irmãs,
formandas, direção de escola, professores, alunos, freis, religiosos e colaboradores
aqui presentes, a nossa gratidão. Prossigamos nesse nobre ideal deixado por
Madre Clara e por Frei Pacífico. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Sylvio
Dall’Agnol, da ordem dos Frades Franciscanos Capuchinhos, está com a palavra.
O SR. SYLVIO DALL’AGNOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, demais participantes,
corpo docente e discente das escolas das irmãs, caríssimas irmãs, é muito
grande a emoção que eu sofro neste momento. É uma emoção especial de
fraternidade franciscana e de amigo das irmãs.
Quero sintetizar, este momento, lendo para todos os
presentes, um poema, que, de repente, apareceu dentro de mim, e passei para o
papel. (Lê.): “Poesia... Poema./ Moça morena, com o coração pacífico/ Semente
semeada num inverno/ Que floresce oitenta primaveras!/ Maria Clara brilha como
Cruzeira/ Nos desígnios do Amor dentro da história,/ Rebrilha no céu de um
Porto Alegre,/ Ideais de luz no Coração de Cristo!/ Nas doces ondas do lago Guaíba,/
Deslizam olhares para um futuro místico./ Morena, Maria Clara, num sorriso de
amor/ Sonha sonhos de realidades fraternas,/ Um porto onde Francisco de Assis/
Sonhava com Clara um sonho feliz! Nas praias do Porto chegava um povo/ Marulhos
de vida, de festa, de benção/ Idílios do amor, surgia a cidade encantada./ No
morro cantava um hino no ritmo da paz/ Era Deus, Pai-Mãe, o amor criando seu
Plano/ No mistério que hoje é verdade dos fatos!/ De dentro das águas surge a
Senhora Aparecida/ Para os pobres desvalidos uma esperança real/ Encanta mais
Senhoras Aparecidas, anjos de azul!/ Jovens de olhos brilhantes que voam
messes/ Corações templos onde há escolas de sabedoria/ Quando com lágrimas
curam feridas da dor/ Sempre no Evangelho do Mestre de Nazaré!/ A mão paterna
do coração pacífico/ Indica direções de searas maduras/ Santificar,
santificando-se na Santidade! Se sorrisos, se festas, se cantares, se amares/
Se prantos, se elegias, se cismares, se sonhares/ Sempre, nunca, jamais, também
sempre um vir-a-ser!/ Sempre em Betânias, intimidade com Cristo/ Silêncios e
mistérios em noites de paz/ Diálogos e lutas em dias de colheitas/ Aquela gota
de sangue do coração do mestre/ Aquela chuva de água que jorra batismos!/ São
Irmãs sentadas na encosta do morro/ Corações abertos, olhando a curva do
caminho/ Amam o presente, lembram o passado, sonham o futuro./ Levantam, se
abraçam, geram filhos alheios!/ Senhoras da Senhora Virgem Mãe Aparecida/ no
carinho do povo: Irmãs Aparecidinhas,/ caminham, pés ligeiros, quase voam como
pombas./ Há pobres, há povos, há multidões com muitas fomes!/ Há oitenta anos
com flores de carvalhos,/ hoje é festa, cantam corações agradecidos./ É ordem
do Frei de coração amável, amante/ É obediência da Maria Clara de alma feliz!/
Poesia, poema, hino, epopéia!/ Moça morena, Maria Clara, vestida marrom./
Ancião Frade Pacífico, com seu Bispo João/ Sementes semeadas no inverno de
mistério/ que hoje celebra oitenta primaveras de ideal!/ Paz e bem!/ Resto de
amor!/ Paz e bem!/ Beijos e abraços, com todo o fervor!” Parabéns Irmãs.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos fazer
um agradecimento, nas representações da Irmã Salete Verônica e do Frei Sylvio
Dall’Agnol, muito especial a toda a Congregação, a todos que aqui participaram
conosco, aos alunos, aos professores, religiosos, e queremos cumprimentar o
Ver. Professor Garcia e a Verª Maristela Meneghetti pela iniciativa. Suspendo a
Sessão por dois minutos para a despedida dos nossos convidados.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h16min.)
A Mesa declara empossado o Ver. Mauro Pinheiro, que
integrará a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação (CUTHAB), em função
da impossibilidade do Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança. Seja sempre
muito bem-vindo, querido amigo Mauro Pinheiro.
Convido o Ver. Adeli Sell para receber, em nome de
todos os Vereadores, um cartão de aniversário, já que completou mais uma
primavera no final da semana.
(É feita a entrega do cartão.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Parabéns, Ver.
Adeli Sell, e votos de muita alegria, felicidade e boas lutas.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver.
Sebastião Melo, M.D. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, cidadãos e
cidadãs que acompanham a nossa Sessão no dia de hoje. O primeiro tema que eu
quero tratar é de uma questão técnica, de um problema que está acontecendo nas
licitações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em especial com as obras do
DEP e do DMAE. Esses dois Departamentos, de um modo especial, estão utilizando
de uma determinação sua, da qual não abre mão, de solicitar, de exigir que nas
obras a empresa apresente um atestado de capacitação, de um conjunto de
qualificações técnicas para as obras, quando o que está na lei, o que de fato
precisa ser exigido, é que a empresa tenha um profissional com aquela
capacitação técnica específica, ou seja, quem lida com tubulações é um
engenheiro que tem, na sua trajetória, na sua história, na sua ficha, no
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, esses qualificativos. Dou um
exemplo: uma empresa pode ter um know-how importante na construção de
tubulações, de esgotamento cloacal, pluvial, etc. e tal, e nessa empresa são
dois sócios, um deles abre uma empresa e o outro abre uma outra empresa, então,
essas duas novas empresas não terão essa condição de se apresentarem enquanto
tal, e às vezes um profissional de primeira grandeza, que abre uma empresa,
hoje, não terá também essa experiência, esse know-how enquanto empresa,
mas ele pode ser o melhor do mercado. Então, que o DEP e o DMAE resolvam essa
questão, caso contrário, na próxima semana, vamos ter que tomar algumas medidas
de buscar essa discussão na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, já que
essa é a Comissão técnica que trata do assunto.
Quero aproveitar também hoje para tratar de uma
grave situação que se passa dentro da nossa CARRIS. São inaceitáveis, eu já
disse várias vezes aqui, as questões que acontecem na CARRIS. Nada contra a que
uma pessoa do Interior venha dirigir a CARRIS, ou tenha um CC na Prefeitura,
porque seria um preconceito não aceitar, mas convenhamos, que praticamente toda
a Direção da CARRIS seja do Interior do Estado, de cidades que não têm tradição
com o transporte coletivo, já é uma certa anormalidade, mas também ter um
Diretor que tenha um conjunto de questões a prestar contas com o fisco poder
ser Diretor, já é outra anomalia que tem que ser colocada. Houve um concurso
público para motorista - e eu disse aqui, Verª Sofia, que a CARRIS queria
contratar sem concurso, agora abre um concurso - e tem vários casos de pessoas
que não passaram por causa de um problema mecânico em um dos ônibus, e a
própria CARRIS, ou melhor, a empresa que fez o concurso, acaba admitindo que
tinha problema com aquele ônibus, e algumas pessoas não passaram por causa
disso. A empresa não quer refazer os testes, não quer dar o braço a torcer. Eu
não entendo, deve ter algum problema para não dar o braço a torcer, e como diz
aqui: “No dia 20 de maio de 2008, em uma das inspeções realizadas, foi
detectada uma pequena folga na seletora de marcha e que preventivamente foi
substituída, sendo que a mesma não impossibilitava ou dificultava a troca de marchas”.
Eu tenho os laudos técnicos das empresas - vou citar os nomes, eu não estou
fazendo propaganda, porque são empresas conhecidas dos senhores e das senhoras
- Scania e Sabrico -, que dizem que sim, que há problemas ao fazer marcha, ao
dar ré, quando tem esse problema de folga. Portanto, a CARRIS deve rever as
suas posições.
A CARRIS já veio aqui prestar contas, não fiquei
muito satisfeito, mas sou daqueles que não falo quando não tenho dados, quando
não tenho documentos. E aqui estão os documentos, a CARRIS errou, tem que
refazer os testes. O ônibus tinha problemas, como, diga-se de passagem, a
maioria dos ônibus da CARRIS, hoje, tem problemas; não tem a manutenção que
deveria ter e que já tiveram no passado. A CARRIS teve fama; hoje,
infelizmente, nós podíamos inclusive falar de infâmia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro as
presenças do José Silva, e dessa figura muito querida que é o Cascalho, amigo
da Cidade. Sejam bem-vindos. Um abraço muito fraterno aos senhores.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
também quero saudar os queridos amigos José Silva e Cascalho. O José Silva é
uma autoridade lá no Conselho do Grêmio, e ele deve estar feliz da vida, porque
nós vivemos momentos de alegria e emoção, e “não estamos vendo ninguém na nossa
frente; ninguém”!
O Ver. João Antonio Dib, que também é nosso conselheiro, sabe que quando
o Grêmio tem essas atitudes de glória eu sempre me manifesto, porque sou um
torcedor fanático, apaixonado, amo de verdade o Grêmio e gosto do esporte. Por
quê? Há poucos dias, todos diziam que o Grêmio não chegaria a lugar nenhum, e
hoje nós estamos dividindo a liderança com o Cruzeiro e o Flamengo. Mas o mais
interessante é que lá no Cruzeiro temos um gremista comandando o futebol, o
Capitão Adilson, um grande amigo meu. Não tenho como expressar a minha alegria
desta tribuna, pelo esporte, e sabendo que eu tenho este querido amigo José
Silva, jornalista da TV Ulbra que sempre está apoiando-nos no esporte.
Quero falar do que acontece na Cidade, com o
pequeno empresário, daquele bem pequeno, aqueles que não vemos mais, como uma
padaria, uma ferragem, uma farmácia, um minimercado, um açougue, uma oficina de
chapeação e pintura. O que mais me impressiona é que essas pessoas, que têm
essas pequenas empresas, dão muito mais emprego do que as grandes empresas que
vêm a Porto Alegre, essas grandes redes de supermercado como a Wall Mart. Eu
não gosto de ver esses empreendimentos naqueles bairros que têm a sua pequena
confeitaria, sua ferragem, pois chega esse grande empresário e simplesmente
deixa aquele comércio quebrado; pode não quebrar dentro de dois meses, mas no
decorrer de um ano, podem ter certeza de que ele vai quebrar. O Ver. Adeli
também reclama desses grandes empreendimentos, e eu estou preocupado com os
colegas e irmãos que têm pequenos empreendimentos, pois daqui a seis meses a um
ano, quem vai ampará-los? Eles dão emprego para duas ou três pessoas, e vêm
esses gigantes e dão muito pouco emprego pelo seu tamanho, e, mais ainda, daqui
a seis meses, daqui a um ano, Ver. Bernardino, estará literalmente quebrado o
dono daquele comércio ou daquele minimercado, porque chega aquele grande
empreendimento ali do lado e vai quebrando tudo à sua volta: a farmácia, o
açougue, a ferragem, o lojista de calçados, porque há tudo dentro do
supermercado. Eu acho que o supermercado não poderia ter tudo isso para vender.
Ver. João Antonio Dib, o comércio de rua está quebrando, enquanto os grandes shoppings,
os grandes mercados estão crescendo cada vez mais: o Carrefour, o Big. Quem é
que fica logo mais dando amparo a essa pequena empresa, que é uma empresa
familiar, que tem o seu filho, o seu neto e a sua esposa trabalhando?
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Alceu Brasinha, o
Carrefour tem a farmácia do Carrefour e uma farmácia locada no Carrefour, os
dois.
O SR. ALCEU BRASINHA: Mas eu quero
lhe dizer, Vereador, que, para a pessoa se instalar dentro de uma loja no
Carrefour, custa caro, e muito. E o cidadão vai para lá achando que vão
melhorar as vendas e que vai ter um maior lucro. E simplesmente a maioria
dessas pessoas que vão para dentro do Carrefour ou do Big vão quebrar. Dali a
um ano ou dois vão estar quebrados! Então, quero dizer que, literalmente, sou
contra o Carrefour e o Big.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exª sabe que, no fundo, no fundo, o Carrefour faz
mal para a economia. De cada emprego que ele arruma, detona com quatro no
entorno. O Carrefour faz mal para a economia!
O SR. ALCEU BRASINHA: É verdade,
Vereador, concordo plenamente. Estou com o senhor e estou com aquelas pessoas
que mais precisam, que dão emprego, que são os pequenos empresários. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Brasinha. O Ver. Bernardino Vendruscolo é o último Vereador inscrito no período
de Comunicações; os demais já utilizaram os seus tempos na homenagem à Escola
Rainha do Brasil.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Ervino
Besson, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu venho a esta tribuna para falar do Projeto das caçambas, Projeto que está
sendo sancionado hoje, segundo a assessoria do Prefeito José Fogaça. Este
Projeto já tramitou aqui na Casa por dois anos e meio; depois da sua aprovação,
demorou um pouco para sair, mas, agora, o Prefeito o sanciona, também dentro do
seu prazo, no limite do prazo. Então, nós queremos conversar um pouco a
respeito disto.
As empresas terão 90 dias para se adequar à nova
legislação. Possivelmente esta Lei entrará em vigor no final do mês de
setembro, contando os 90 dias. Esse prazo foi dado em razão da necessidade de
as empresas se adequarem ao novo modelo. Evidentemente, poderíamos ter
estabelecido que esta Lei pudesse entrar em vigor imediatamente, porém é uma
lei que muda tudo aquilo que temos hoje em termos de regramento e visual das
caçambas. As caçambas todas terão que ter esta cor (Mostra fotografias.), com
pintura em tinta refletiva para facilitar sua visualização à noite.
Então, com certeza, Ver. Brasinha, nós vamos, a
partir do final do mês de setembro, parar de ver esses equipamentos espalhados
pela cidade de Porto Alegre.
São equipamentos, como sempre digo, imprescindíveis
para aqueles que fazem obras, reformas. Mas, ao mesmo tempo, têm sujado, têm
deixado a Cidade feia, porque não têm o mínimo critério em termos de pintura ou
em termos de higiene. A partir da entrada em vigor desta Lei, nós vamos ter um
novo momento. As empresas que não atenderem àquilo que está estabelecido na Lei
serão penalizadas, inclusive com a perda do próprio equipamento. E as multas
iniciam com o valor de 500 UFMs, o que dá em torno de mil reais.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu sempre defendi o seu
Projeto, porque ele é muito importante. Vou lhe dar os meus parabéns. O
Prefeito Fogaça vai sancioná-lo. Agora vai funcionar, porque têm outra cor. E
muita gente já se acidentou, porque as caçambas não tinham iluminação nenhuma,
não tinha visibilidade nenhuma! Então, quero parabenizar V. Exª, que tem a
honra de ser o autor deste Projeto, que, finalmente, vem para ajudar a
comunidade de Porto Alegre.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, este
Projeto foi aprovado pela unanimidade da Casa. Dessa forma, queremos dividir
isto aqui com todos os Vereadores, com toda a Casa.
Uma das principais mudanças também é o prazo, o
qual se extingue, Ver. João Antonio Dib, no momento em que a caçamba ficar
cheia. O prazo máximo permanece em 72 horas. Porém, no momento em que ela
encheu, o dono da caçamba tem de retirá-la imediatamente.
Outra mudança: não será mais permitido estacionar
caçambas onde for proibido estacionar automóveis. Então, quer dizer, onde é
proibido estacionar automóveis também será proibido estacionar as caçambas. Por
outro lado, quando as caçambas não tiverem local para estacionar, no parque, no
canteiro de obras - porque é lá que elas têm de ficar estacionadas -, poderão,
sim, estacionar nas calçadas. Porém, nas calçadas, terão de deixar, no mínimo,
um metro para as pessoas conseguirem caminhar.
Por outro lado, quero só frisar, que todas as
penalidades, todo o retorno financeiro que advier das penalidades que serão
aplicadas - está na Lei - terá de ser reinvestido, terá de ser aplicado na
educação de trânsito. É uma coisa difícil, as leis têm se voltado para isso,
mas nós estamos assegurando mais uma oportunidade de investimento na educação
no trânsito, Ver. Ervino Besson. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
O Ver. Luiz Braz, que é o Relator do Plano Diretor,
solicita um Tempo Especial, pois quer fazer alguns relatos sobre o Plano
Diretor. E esta Presidência, de pronto, defere o Tempo Especial ao estimado
colega Ver. Luiz Braz.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Tempo
Especial.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, desde o mês de outubro do ano passado, esta
Casa está às voltas com a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental. O Projeto que veio para cá nos obrigou a constituir uma Comissão de
12 Vereadores, proporcionalmente distribuída entre os Partidos com assento
nesta Casa, para que nós pudéssemos trabalhar essa revisão. Eu fui indicado
para a Relatoria, e procurei, dentro dos meus conhecimentos, dentro da
capacidade que nós temos de aglutinar em torno de nós outros Vereadores, fazer
um trabalho que pudesse, realmente, fazer com que esta Casa tivesse toda a
orientação possível para que a votação do Projeto que veio pudesse se dar.
Resolvemos, Ver. João Antonio Dib, que o Projeto
enviado a esta Casa, juntamente com a Mensagem Retificativa, trazia alguns
defeitos, alguns vícios, que seriam dificilmente corrigidos somente através das
Emendas. Por isso, optamos por um Substitutivo. E esse Substitutivo foi
elaborado, levando em consideração o Projeto, a Mensagem Retificativa e as
Emendas que os Srs. Vereadores apresentaram durante todo esse tempo de
tramitação aqui na Casa. Os Vereadores, é claro, apresentaram Emendas ao
Projeto que veio a esta Casa. Nós apanhamos essas Emendas e tentamos compor com
elas um texto, que foi o texto do Substitutivo.
Nós chegamos, Ver. João Antonio Dib, à aprovação de
62 Emendas. No texto foram colocadas, foram sugeridas 216 Emendas, e foram
aproveitadas do texto cerca de 216 Emendas. E as outras? Muitas dessas Emendas
estavam prejudicadas porque eram bis in idem a outras Emendas que
anteriormente já tinham sido apresentadas por outros Vereadores; ou elas
apresentavam determinados defeitos regimentais que impediam que elas pudessem
ser trabalhadas e aprovadas na forma como nós gostaríamos. A maioria delas nós
procuramos trabalhar no sentido de fazer correções regimentais para que elas
pudessem ser aproveitadas no texto a fim de que nenhum Vereador pudesse ficar
prejudicado. Quando nós podíamos aproveitar só parte de uma Emenda, nós
aproveitávamos só parte de uma Emenda, deixando a outra de lado, mas tentando
fazer o máximo de aproveitamento das Emendas que foram apresentadas tanto pelos
Srs. Vereadores como, também, pelo Fórum das Entidades.
Acredito que o trabalho que foi realizado e
terminado no dia de hoje foi um trabalho bom. Eu quero cumprimentar o arquiteto
Rosa e também a Geórgia, que foram os técnicos que deram suporte a esta
revisão. Mas, com toda a certeza, nós também nos valemos, muitas vezes, dos
próprios técnicos do Planejamento, para que nós pudéssemos fazer com que o
trabalho chegasse a bom termo.
Tenho eu a impressão de que os Srs. Vereadores - e
me aproveito de uma entrevista que o Ver. João Dib deu ao Jornal do Comércio,
dizendo que, se nós entregássemos o nosso trabalho até o final do mês de junho,
haveria tempo - terão tempo suficiente para apreciar a matéria. Nós estamos,
hoje, no dia 23, e estamos entregando o trabalho. É claro que este trabalho não
chegou até os Srs. Vereadores ainda, porque ele será digitado, colocado na
forma correta da Casa, é um trabalho muito grande para que os Srs. Vereadores
possam tomar ciência. Eu tenho a promessa da Diretoria Legislativa de que, até
quarta-feira, nós teremos todas as cópias à disposição, para serem entregues
aos Srs. Vereadores, do trabalho realizado pelos 12 Vereadores da Comissão. A
partir disso, Ver. Beto Moesch, nós teremos condições de fazer a apreciação de
tudo aquilo que foi realizado de trabalho neste Projeto de revisão do Plano
Diretor, e aí, aqueles Vereadores que não se sentirem confortados ainda, Ver.
João Dib, como existe um Substitutivo que vai correr Pauta - porque o
Substitutivo vai precisar correr Pauta -, haverá tempo necessário para aqueles
que quiserem colocar, ainda, algum tipo de Emenda para que possam ser
discutidas futuramente. Elas vão ser apreciadas pela Comissão e virão a
plenário para votação.
Mas acho que aquilo que foi realizado por esta Comissão,
até agora, no sentido de tornarmos o mais palatável possível esta revisão do
Plano Diretor, estará à altura de todos os Vereadores desta Casa, e tenho
certeza absoluta de que todos nós, juntos, vamos conseguir fazer com que essa
legislação que vai surgir a partir dessa revisão seja, realmente, uma
legislação melhor do que a Lei nº 434, que é uma Lei criticada por muitos, é
uma Lei que todo mundo, até agora, quando fala no Plano Diretor de Porto
Alegre, fala para criticar.
Então, temos agora a grande oportunidade, nesta
revisão, de tornarmos essa Lei do Plano Diretor uma lei melhor. Vai continuar a
mesma Lei nº 434, porque estamos sugerindo a não-revogação desta Lei, mas essas
alterações, Verª Margarete Moraes, se Deus quiser, vão dar ensejo a que nós
tenhamos uma lei melhor para Porto Alegre, porque, afinal de contas, temos que
desenhar esta Cidade de uma forma mais harmônica e que ela realmente seja uma
Cidade melhor para todos nós e para aquelas pessoas que queremos que, no
futuro, venham a elogiar a nossa tão querida Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Luiz Braz. Nós queremos aqui, em nome da Casa, Ver. Luiz Braz,
parabenizar V. Exª pelo brilhante trabalho, presidido pelo Ver. Nereu e com a
colaboração de todos os Vereadores. Nós entendemos que é o Projeto mais
importante para a cidade de Porto Alegre.
Encerrado o período de Comunicações.
Passamos ao
A Verª Margarete Moraes está com a palavra em
Grande Expediente.
A SRA. MARGARETE MORAES: Prezado Ver.
Ervino Besson; Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16 e
as pessoas, funcionários públicos, que nos prestigiam aqui, neste momento, está
em curso na América Latina uma ofensiva, articulada pelos Estados Unidos, que
trata de uma política de criminalização dos movimentos sociais, sobretudo em
relação às comunidades indígenas do Peru, do Chile e da Bolívia. Porque, quando
os Estados Unidos tiveram que se ocupar com a invasão e com a destruição do
Iraque, eles se esqueceram um pouco da América Latina, e foi exatamente nessa
ausência que se gestaram mudanças, e processos sociais avançaram fora do
controle norte-americano que sempre ocorreu. Então, houve eleição, foram
eleitos governos progressistas, que chegaram ao poder pela democracia, ou seja,
pelo voto direto. Segundo o sociólogo Boaventura dos Santos, ele faz um alerta
a todas as pessoas da América Latina que se preocupam com a democracia, com a
igualdade, com a justiça social, porque hoje eles querem transformar os
indígenas em terroristas do século XXI, e isso é muito sério.
Mas, infelizmente, essa onda norte-americana acaba
chegando ao Rio Grande do Sul. Ela foi construída pelos Estados Unidos, é uma
ideologia da era Bush, e chega ao Rio Grande do Sul através do Governo Yeda,
quando a Governadora confere superpoderes ao Coronel Mendes, Comandante da
Brigada Militar. Inclusive todos os jornais do fim-de-semana estamparam, Ver.
Brasinha, que o Coronel Mendes está passando por cima do próprio Secretário de
Segurança. O Secretário Mallmann - não sou eu que estou dizendo, os jornais
estamparam, é capa do jornal O Sul. Mas é interessante que o Governo Yeda não
consegue manter unida sua própria base aliada, constrange o Secretário
Mallmann. O próprio Secretário Záchia, que no início era o assessor mais
importante, o Chefe da Casa Civil da Governadora Yeda, hoje já vem com um
discurso, Ver. Mauro, de queixa, de desprestígio, parecido com aquele discurso
que fazia o então Secretário Nelson Proença, do PPS, quando deixou este
Governo. Agora, o Coronel Mendes, seguindo essa onda norte-americana, expressa
aquela forma de polícia que não gosta dos pobres, que os odeia, que vai com
prazer ao confronto e à violência. Nós queremos registrar, como exemplo, o caso
dos três jovens da favela do Rio de Janeiro que foram entregues pelo Exército
para a quadrilha rival e que foram mortos. E o Presidente Lula teve a
dignidade, teve a honradez de reconhecer que foi um crime abominável e de não
aceitar esse tipo de crime na nossa sociedade. Mas no Governo do Estado, em
meio a toda essa corrupção já confirmada pelo Ministério Público - não somos
nós que estamos dizendo -, pela Polícia Federal, todo o Rio Grande do Sul ouviu
ou leu, in loco, conversas pelo telefone, autorizadas pela Justiça. O
novo, aquilo que é estarrecedor no Rio Grande do Sul, é que se descobre agora -
Ver. Haroldo, o senhor que é jornalista - que essa quadrilha investiu na
formação da opinião pública favorável, que muitos colunistas foram pagos com
dinheiro ilícito. E aqui eu tenho um texto do Jornalista Altamiro Borges que
diz que na página 56 do documento, o Ministério Público é taxativo (Lê.): “O
grupo investia não apenas na imagem de seus integrantes, mas também na própria
formação de uma opinião pública favorável aos seus interesses”, Verª Sofia,
“aos projetos que objetivavam desenvolver. A busca de proximidade com jornais
estaduais, os aportes financeiros destinados a controlar jornais de interesse
regional, freqüentes contratações de agências de publicidade, e mesmo a
formação de empresas destinadas à publicidade, são comportamentos periféricos
adotados periféricos adotados pela quadrilha para enuviar a opinião pública,
dificultar o controle social e lhes conferir aparente imagem de lisura e
idoneidade”. Então, esse é um fato novo, trata-se de um fato muito grave, que
também precisa ser investigado. Essas são as notícias que acontecem na imprensa
nesse final de semana.
Mas, na sexta-feira, nós estivemos aqui na Casa,
por convite do Ver. Guilherme Barbosa, da CEDECONH, quando esta Casa recebeu o
Senador Paulo Paim, que lança um Projeto, um Programa, da sua autoria, que
combate todas as formas de discriminação e de preconceito na nossa sociedade.
Nós já ouvimos alguns rumores - e isso é muito sério, Ver. Nereu, Ver. João
Bosco Vaz -, houve uma denúncia nesta Casa de que nós, todos os Vereadores,
ingenuamente, votamos e aprovamos uma lei, por unanimidade - e eu acho,
sinceramente, que “nos venderam gato por lebre”. Ninguém aqui se deu conta que
se tratava de uma lei polêmica entre religiões. O texto não faz nenhuma
referência direta, mas atinge práticas religiosas afro. Então, significa
perseguição aos ritos. É uma lei inconstitucional. O Ver. Guilherme Barbosa, na
direção dos trabalhos, disse, com muita sabedoria, que esta Casa terá que fazer
uma autocrítica, terá que se debruçar, no sentido de revogar a lei, ou dar
condições para que essas pessoas possam realizar seus rituais, ou algum
instrumento formal que siga a nossa Lei Orgânica do Município, que siga o nosso
Estatuto, para corrigirmos esse problema que aconteceu na Câmara Municipal de
Porto Alegre. O preconceito nunca se apresenta à luz do dia, como dizia o
Senador Paulo Paim; o preconceito se esconde, esconde-se no subterrâneo, mais
ou menos como num jogo de bilhar, em que o alvo nunca é atingido diretamente,
mas que, às vezes, consegue ser atingido. Nós, nesta Casa, temos o dever, nós
temos o dever ético e moral de sermos objetivos, de defendermos as nossas
idéias com clareza. Nós podemos ter idéias, temos direito, nós não podemos é
apresentar alguma coisa e, no fundo, atingir outras pessoas. Segundo a
Constituição Federal, no art. 5º do inc. VI, uma cláusula pétrea, ou seja,
definitiva, não tem mudança, diz o seguinte: “É inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício aos cultos.”
Ver. Nereu D'Avila, o senhor, que foi autor da Lei
em homenagem à Mãe Oxum, no dia 8 de dezembro, que sempre se dedicou a essas
causas, eu lhe concedo um aparte, com muita alegria.
O Sr. Nereu D' Avila: Obrigado,
Vereadora. Inclusive, V. Exª não lembra, também fui autor da Lei que criou a
Semana de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros, de 15 a 20 de novembro, porque dia
15 é o Dia da Umbanda, e dia 20 é o Dia do Negro. Já faz 15 anos a Lei. Mas eu
queria me solidarizar com V. Exª, pois a linha do seu discurso é absolutamente
verdadeira e pertinente, e quero dizer que essa cobrança que está ocorrendo é a
mesma que ocorreu em 2004, quando um grupo de pessoas, na época,
afro-religiosas, foi ao Palácio Piratini, ao Governador Rigotto, que retificou
o Código de Proteção aos Animais, porque também havia uma dúvida, que é o caso
agora. Ou vai para outro tipo de animal, ou inclui, e, no caso, eu também acho
que inclui. Por isso concordo com a providência de alguns Vereadores aqui -
Ver. Guilherme Barbosa, Verª Maria Celeste, Ver. Bosco, V. Exª, eu também quero
me agregar -, porque é só nós excepcionarmos desse artigo, que nós colocamos no
Código Municipal de Limpeza, os cultos de seitas que fazem os rituais afro-brasileiros.
Mas eu queria me solidarizar com V. Exª e dizer que
absolutamente esta Casa jamais cometeria discriminação contra qualquer tipo de
religiosidade...
A SRA. MARGARETE MORAES: Claro, devemos
respeitar a todas.
O Sr. Nereu D'avila: Exatamente.
Por isso a procedência do seu discurso, com o qual, neste momento, me
solidarizo e dou força para reconstituirmos, se é que houve essa nossa postura.
A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Ver.
Nereu D'Avila. Com muito prazer, ouço o Presidente da CEDECONDH, nosso querido
companheiro Ver. Guilherme Barbosa.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª
Margarete, obrigado pelo aparte. Na sexta-feira passada, foi muito forte, Ver.
Nereu, a manifestação das entidades das religiões afro.
O Sr. Guilherme Barbosa: Com toda a
razão. E nós todos, inclusive este Vereador, não nos demos conta de que a
redação que estava ali colocada tinha esse desdobramento. Pelo menos eu, que
não tenho participação maior nesta atividade, não percebi isso. Então, nessa
ocasião, na sexta-feira, logo em seguida, no meu gabinete, marquei uma reunião
na CEDECONDH para a nossa primeira reunião depois do recesso - em agosto; se
não estou enganado, no dia 5 de agosto. Portanto, já convido V. Exª e todos,
Verª Margarete. Já comuniquei o Ver. Almerindo, que foi o autor da lei,
convidando, portanto, as entidades dessas religiões, para que nós todos
discutamos se a redação pode ser retirada, como foi colocado, se fazemos uma
modificação, ou se, de repente, possa surgir uma idéia de que haja um local
adequado para a colocação dos animais.
Mas foi sem querer que nós entramos numa redação
que parecia ser apenas da questão da limpeza, e houve esse desdobramento. Obrigado.
Com essas palavras, Ver. Ervino,
eu concluo o meu discurso neste período de Grande Expediente. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande
Expediente.
A SRA. MARIA
CELESTE: Obrigada, Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, neste último Grande Expediente que cabe a mim, nesta Casa,
neste semestre, eu gostaria de fazer um rápido balanço das atividades às quais, Ver. Dib,
pude, neste semestre, acompanhar mais de perto, especialmente no que diz
respeito à Saúde, uma vez, Ver. Mauro Pinheiro, sendo Vice-Presidente da
Comissão sob a Presidência da Verª Neuza Canabarro, uma Comissão extremamente
atuante, em que pudemos constatar vários problemas no que diz respeito à Saúde
em Porto Alegre.
Muito preocupada com as falas de alguns Vereadores
desta Casa, que acusam o Governo Federal de não repassar recursos para Porto
Alegre, eu fui verificar se, de fato, isso é real. Constatei que, mensalmente,
o Município recebe do Fundo Nacional de Saúde recursos do bloco de atenção de
média e alta complexidade, um valor médio de 49 milhões de reais por mês, Ver.
João Antonio Dib. Considerando esse montante de recursos, cabe-nos aqui
perguntar por que, então, a Saúde de Porto Alegre encontra-se numa situação tão
crítica. Quero registrar que o Gestor Estadual da Saúde não cumpre com as suas
responsabilidades, como já disseram, em outras vezes, vários Vereadores da
nossa Bancada que já estiveram nesta tribuna, e não repassa para a cidade de
Porto Alegre mais de 30 milhões de reais para a Saúde. O Governo Yeda não faz
esse repasse, e o Prefeito da Cidade, o Governo Fogaça, silencia, não cobra
tais recursos junto à Governadora.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Vereadora Maria Celeste, no ano
passado, o Governo Federal não mandou 27 milhões por mês para a Prefeitura de
Porto Alegre; este ano também não excede essa importância na média dos 12
meses. Eu acho que os 49 milhões de que V. Exª fala é um equívoco, e essa
dívida do Estado com a Prefeitura vem de Olívio Dutra e de Germano Rigotto, que
foram condenados na Justiça, a pagar e não pagaram - porque isso está nos
precatórios.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver.
João Antonio Dib. É bom dizer e lembrar que, a mim, não interessa desde quando
vem a dívida, qual é o Governo que não paga; a mim interessa que o Prefeito do
Município de Porto Alegre, este, não pode silenciar, este não pode calar, este
tem que cobrar o recurso necessário para a Saúde no Município de Porto Alegre.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Vereadora, fiquei
atentamente ouvindo o que o Ver. João Antonio Dib dizia a V. Exª, e dizia ele
que o Governo Federal não manda nem sequer 20 milhões de reais mensalmente. Mas
é só fazer a conta: 464 milhões de reais o Governo Federal mandou no ano
passado. Isso representa mais de 54% dos recursos investidos em Porto Alegre.
No passado, Porto Alegre investia mais do que 50%. Hoje, quem investe mais em
Porto Alegre é o Governo Federal - e não sabemos o quanto o Governo do Estado
repassa para o Município -, que, até então, como V. Exª falou, chega aos 40
milhões.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. Oliboni. É bom lembrar que, quando saímos da Prefeitura, em 2004, já no
primeiro ano do Governo Fogaça, ele assumiu tendo como sua principal diretriz
reduzir as filas de espera por consulta de especialistas e cirurgias; definiu
como prioridade a realização dos mutirões, inicialmente de cirurgias, e,
depois, de consultas. Sabe-se, tenho notícias de que, de fato, isso aconteceu,
mas não sabemos, não temos a informação, porque esse processo sequer foi
avaliado com resultados efetivos dessa estratégia no Município de Porto Alegre.
O que a gente verifica é que a situação piorou na medida em que se avolumaram
as demandas, e os fluxos assistenciais continuam estrangulados e
burocratizados. Mas não é por falta de recurso, porque o recurso do Governo
Federal chega a este Município, e, na realidade, a gestão na Saúde é que não
existe, de fato. E temos visto, tristemente, a cada trimestre, que, quando os
recursos são repassados, também de outras fontes de financiamento, são
subutilizados, somando rendimentos financeiros no Fundo Municipal da Saúde.
Apesar da existência dos recursos, Ver. Dib, nos deparamos com prazos e metas
não cumpridos nos convênios firmados com o gestor federal, além de atrasos
inexplicáveis no pagamento dos serviços prestados. E aqui quero lembrar que a
Comissão de Saúde desta Casa recebeu vários donos de laboratórios querendo
resposta do Prefeito pelo não-pagamento do serviço prestado ao Município de
Porto Alegre. Foi necessária a intervenção da Comissão de Saúde para que, de
fato, os laboratórios de análise, aqueles que têm convênio com a Prefeitura do
Município de Porto Alegre, pudessem receber os seus valores. Aí nós entendemos
quando a Fazenda (Secretaria) grita que há um superávit, que é à custa do
não-pagamento das dívidas da cidade de Porto Alegre.
Também, durante o ano de 2007, houve uma situação
de inadimplência: a FAURGS. Ela não se dispôs a manter o convênio por meio do
qual eram contratados os auxiliares, os agentes comunitários, os enfermeiros,
enfim, o que acabou por gerar uma grande crise no sistema de Saúde da Cidade.
Além disso, foi preciso que se realizasse um TAC, foi necessária a intervenção
do Ministério Público para que, de fato, se garantissem os empregos dos agentes
comunitários. Nós estamos, hoje, em uma situação caótica em relação a isso.
Esta Casa recebeu, de fato, um Projeto no tempo adequado pelo Ministério, mas o
Projeto não contemplou nenhuma das negociações, nenhuma das questões colocadas
junto ao Ministério Público e, portanto, foi devolvido à Procuradoria do
Município, solicitando uma Mensagem Retificativa. Isso já faz mais de 30 dias
que a Comissão, em acordo com a Procuradoria e a Secretaria da Saúde, solicitou
a Mensagem Retificativa, e até hoje não veio essa Mensagem para esta Casa.
O que nós constatamos é que a empresa colocada no
lugar da Fundação, o Instituto Sollus, está agindo por conta própria no
Município de Porto Alegre, demitindo servidores, demitindo agentes
comunitários, demitindo enfermeiros. Aliás, eu quero aqui registrar o caso de
uma enfermeira que foi demitida pelo Instituto Sollus, sem ao menos, em todo o
seu período de trabalho no PSF de Porto Alegre - que são mais de cinco anos de
trabalho -, ter recebido uma advertência sequer. Ela simplesmente foi demitida,
porque defendeu o seu posto de saúde que estava caindo aos pedaços. O
Secretário dizia que havia feito a reforma, e a Comissão esteve lá,
representada pelo Ver. Aldacir Oliboni, presenciou a situação daquele posto de
saúde por solicitação dessa enfermeira. Essa enfermeira que, reivindicando
melhores condições de trabalho para os seus coordenados, foi simplesmente
demitida. Essa é a situação da Saúde em Porto Alegre!
Além disso, também, iniciativas importantes, como o
Projeto Acolhimento, que foi iniciado em 2003, foi completamente abandonado.
Hoje não se vai mais de madrugada para um posto de saúde buscar uma ficha;
vai-se no dia anterior - quando há ficha -, porque o que a gente presencia é a
falta de médico, a falta de enfermeiros, a falta de profissionais nos postos de
saúde da nossa Cidade. Talvez agora, Ver. Oliboni, a situação melhore um pouco,
porque nós aprovamos, aqui nesta Casa, por sua iniciativa, o Projeto que traz a
questão do acolhimento como normativa para a Secretaria de Saúde implementar,
como um Projeto, uma política, um programa na Saúde. Talvez, com essa sua
iniciativa e com a aprovação desta Casa, talvez o Secretário, de fato, colabore
com esse Projeto, com esse Programa, e a situação melhore um pouco para as
pessoas que buscam o atendimento através dos PSFs e das Unidades de Saúde.
O que nós vemos, também, lamentavelmente, é um
baixo investimento na área dos recursos humanos. Faltam profissionais em todas
as áreas, de todas as categorias. Nós aqui também temos a lamentar, Ver. João
Antonio Dib, que esta Prefeitura não aderiu ao Programa Nacional da Farmácia
Popular. Agora faz um outro Programa parecido, mas não é o Programa da Farmácia
Popular, cujo convênio o Prefeito João Verle deixou assinado, prédio alugado,
convênio estabelecido com o GHC, que não foi aceito pelo atual gestor da Saúde.
Porto Alegre, inclusive, devolveu o recurso que o Governo Federal já havia
repassado à Secretaria da Saúde nesse sentido. Então, também houve um
retrocesso nessa questão. Por isso nós vamos aos postos de saúde e não
encontramos os profissionais nas farmácias populares indicadas pelo Governo
como sendo as novas implementadas na Cidade; também há falta de medicação. É
isso o que nós vemos, lamentavelmente, na Saúde em Porto Alegre.
Outra característica do atual modelo de gestão de
Saúde é a despriorização das políticas emblemáticas conquistadas através da
participação da sociedade nas conferências da Saúde, sendo inclusive, algumas
delas, referência em nível mundial. E aqui eu quero falar, Ver. João Antonio
Dib, da política do DST/Aids, que vem sendo tratada de maneira ineficiente, com
recursos subutilizados, ao mesmo tempo em que faltam insumos importantes como
preservativos. E, lamentavelmente, houve a necessidade de ONGs, organizações
não-governamentais, irem até o Ministério Público Federal encaminhar uma
denúncia contra a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, exatamente porque as
ações de prevenção e assistência não estão sendo realizadas. Mesmo com os
recursos federais destinados a essa população, elas não estão sendo realizadas.
Mais do que isso, o que nos deixa muito preocupados, porque Porto Alegre é uma
das cidades que apresentam o maior índice de pessoas portadoras de HIV/Aids.
É dessa forma que a Saúde é
tratada na cidade de Porto Alegre. E por essa questão dos problemas causados,
especificamente no que diz respeito à devolução de dinheiro, da
não-disponibilização do recurso para a Saúde, especialmente para os portadores
do HIV, eu quero encaminhar um Requerimento para a minha Presidenta da Comissão
de Saúde desta Casa, para que possamos, tão logo voltarmos aos trabalhos nesta
Casa, realizar uma audiência pública, para que se converse com o Secretário da
Saúde - se ele aqui vier, porque ele não vem e, quando vem, ele se cala, ele
não responde -, para que nos explique por que os recursos destinados para essa
política tão importante de DST/ Aids não são aplicados, não são colocados à
disposição dessas pessoas, que já têm um sofrimento muito grande nas suas vidas
e, além disso, não conseguem a medicação no posto de saúde, que deveria estar
disponibilizada, pois o Governo Federal manda para Porto Alegre, mas não se
encontra. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores. O
assunto que mais foi tratado pelos articulistas, nesse final de semana, nos
jornais gaúchos, e, inclusive, hoje, pelo consagrado Paulo Sant’Ana, foi a
respeito de uma deduragem que um Deputado do PT, inexplicavelmente, fez a
respeito de um egresso do sistema penitenciário, que, tendo cumprido a sua
pena, exercia, com honestidade, o cargo de motorista do Palácio; e o Deputado
dedurou esse cidadão, apesar de ele já ter cumprido a pena.
As explicações que o Deputado Marcon deu para a
imprensa foram, inclusive, não muito bem-aceitas pelo Marcos Rolim, que já foi
um brilhante Deputado Federal por Santa Maria, que também é articulista. Ele,
no jornal Zero Hora de ontem, diz que (Lê.): “Trata-se de uma síntese
aterradora também, porque a ‘denúncia’ partiu de um Parlamentar do PT”. E
depois ele diz (Lê.): “O gesto político, entretanto, termina sempre tendo o
sentido com o qual é compreendido na esfera pública”.
O que nos traz à tribuna é que existe um organismo
maravilhoso nesta Cidade, que já completou dez anos no ano passado, que muita
gente não conhece, que é a Faesp, Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema
Penitenciária, que é liderada pela Tânia Sporleder de Souza. E hoje o Paulo
Sant’Ana acolhe uma correspondência magnífica da Dirce Habkost de Carvalho
Leite, pedagoga, voluntária na Faesp, onde ela traz dados que muita gente não
conhece. Ela diz: (Lê.): “Sabem quantas pessoas saíram da prisão em 2007, só em
Porto Alegre? Foram sete mil, 958 pessoas. Sabem que do universo de 780
egressos por nós atendidos, no ano de 2007 – nós, é a Faesp, ela trabalha lá, é
voluntária -, 87,69% não reincidiram criminalmente”. Esses são dados oficiais
da Susepe. Por isso que a Faesp adota o magnífico lema “Reintegrar para não
reincidir”. E nós trouxemos, no ano passado, a proposta para que a Câmara possa
fazer um convênio com a Faesp, para que possamos acolher alguns egressos que
necessitem trabalhar, porque se não trabalharem, aqueles que estão
provisoriamente soltos terão que voltar à penitenciária, porque o Juiz só lhes
dá liberdade se trabalharem, e os que, como este do Palácio, que não estava
solto apenas provisoriamente, estava solto definitivamente, portanto já tinha
cumprido com a sociedade, já tinha pago o que devia à sociedade. E vem um
Deputado do PT fazer deduragem! Certamente esse Deputado nunca ouviu falar em
Joseph MacCarthy, um senador americano que, nas décadas de 40 e 50, fez a maior
injustiça que o mundo jamais conheceu depois do nazi-fascismo, do nazismo de
Adolf Hittler, fazendo com que pessoas fossem demitidas, perseguidas,
vilipendiadas e criminosamente acusadas, sem provas, nos Estados Unidos, apenas
porque eram chamadas de comunistas.
Portanto, mesmo que o Deputado tenha dado uma nota
dizendo apenas que os critérios do Palácio em relação ao MST não eram os mesmos
critérios em relação a alguém que já tinha cumprido pena foi muito infeliz.
Esse Deputado foi tremendamente infeliz, porque não era essa questão de
comparar, é que no momento... E isto quem diz é o seu próprio correligionário,
ou ex-correligionário Marcos Rolim, eminente pessoa deste Estado, foi um
eminente parlamentar no Congresso; o Marcos Rolim diz que, quando se acusa
alguém, querem-lhe imputar para sempre a insígnia, querem-lhe imputar para
sempre uma culpa que ele já expiou, que ele já cumpriu, ele já está quite. Esse
cidadão, Herrmann, já está quite com a sociedade; esse cidadão, Cezar Augusto
Herrmann, já cumpriu a sua pena. Portanto, eu aqui faço duas questões
antagônicas; a primeira, dou os meus parabéns a esta carta enviada, e hoje
publicada pelo Paulo Sant’Ana, porque conheço essa maravilhosa pessoa que é
voluntária na Faesp, a senhora pedagoga Dirce de Carvalho Leite; essa eu quero
exaltar. E quero profligar, quero condenar a idéia terrível do Deputado que,
com infelicidade, foi um macarthista militante ao dedurar alguém que já cumpriu
a sua pena. E nós, porque eu também atuo na Faesp, com muito vigor para ajudar,
nós todos que estamos aqui, Vereadores, Vereadoras, e povo em geral, temos
responsabilidade com aqueles que já cumpriram as suas penas e devem
reintegrar-se à sociedade, porque, senão, não adianta fazer discurso contra a
violência, porque nós estimularemos aqueles que, não conseguindo oportunidades
que a sociedade possa lhes conceder, voltarão a delinqüir e voltar-se-ão contra
nós mesmos. Por isso eu quero lamentar a atitude macarthista do Deputado
Dionilso Marcon.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Nereu D’Avila.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Ervino Besson, na presidência dos
trabalhos neste momento, vamos falar sobre Saúde, vamos falar sobre o SUS. No início da década de 90, Porto Alegre teve seus primeiros contatos com
o SUS. Vamos falar dos hospitais que deveriam receber dinheiro do SUS naquela
oportunidade. Vieram à Câmara procurar o Ver. Eliseu Santos, que, hoje, por
sinal, é o Secretário da Saúde; procuraram o Ver. Jair Soares, procuraram o
Ver. João Dib. Esses três Vereadores fizeram contato com o Governo Federal para
saber onde estava o dinheiro do SUS que não vinha, que não era repassado para
os hospitais. Bom, aí descobrimos que estava aplicado em CDBs, na Prefeitura
Municipal, há mais de 30 dias, e não mandavam o dinheiro para os hospitais.
Desde então passaram a dar o dinheiro dos hospitais tranqüilamente.
Este ano, a Prefeitura
está recebendo, pelo menos recebeu nos quatro primeiros meses, uma média de 29
milhões de reais a cada mês. Não adianta, quando vem informação de que um
volume, em uma só remessa de 34 milhões de reais, não é para a Prefeitura, vem
no nome da Prefeitura, mas mais de 50% vai para o Grupo Hospitalar Conceição. Isso foi
acertado nos quatro últimos dias do Governo João Verle. Aí acertaram a maior
parte para lá, menor parte para a Prefeitura, que, realmente, tem dificuldade
no atendimento.
Agora, a Saúde vai mal? Vai mal! Piorou? Não, de
jeito nenhum! Quando assumiu o Prefeito Fogaça, tinham represado milhares de
cirurgias, que foram feitas num mutirão em que entraram muitas pessoas, muitas
entidades, espontaneamente, ajudando a Prefeitura a resolver o problema com a
Administração Pedro Gus. Milhares de cirurgias foram feitas. Os remédios não
vêm? Mas é o Estado que não os fornece. A Verª Maria Celeste e os outros
Vereadores do PT todas as vezes em que foram lá dizem que o Governo do Estado é
que deve para a Prefeitura, à Saúde. Mas deve do Governo Olívio Dutra, deve do
Governo Germano Rigotto, que foram condenados na Justiça. E, quando condenados
na Justiça, o que acontece? Vão para o precatório, e com precatório só paga quando
tem. Há uma lista, não podem furar a lista dos precatórios. A Justiça
fiscaliza.
E eu quero dizer que, quando falam em superávit, é
superávit primário. No ano passado, a Prefeitura teve um superávit
primário em razão da venda da Folha dos servidores para a Caixa Econômica
Federal, senão teria déficit como teve nos anos de 2002, 2003 e 2004 o Governo
do João Verle. E mais, curiosamente eles tiveram déficit, mas, no dia 30 de
setembro de 2004, tinham 100 milhões de reais em CDBs. Depois apareceram
dívidas não pagas de 175 milhões de reais, fora as que não estavam empenhadas,
como, por exemplo, foi o caso do pagamento com o BID, na primeira semana de
Governo Fogaça, de cinco milhões de dólares que deveriam ter sido pagos em
janeiro de 2003. Foram pagos em janeiro de 2005. A Prefeitura perdeu crédito
pela má gestão dos três últimos anos da Administração autodenominada “popular”.
Não era tão popular assim, porque não cuidou bem dos interesses da Cidade.
Portanto, não adianta querer dar ao Prefeito Fogaça
a culpa por todas as dificuldades na Saúde. Há dificuldades, sem dúvida
nenhuma, mas não são originadas agora, elas foram originadas no passado, quando
o João Verle deu a maior parte para o Hospital Conceição e quando o Governo
Lula passou a mandar menos recursos para Porto Alegre; aí é que está o
problema. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
pessoas que aqui se encontram e os que nos acompanham pelo Canal 16, eu não
tinha a intenção de vir à tribuna hoje, Ver. João Antonio Dib - eu solicitaria
a atenção do Ver. Antonio Dib e da Verª Maria Celeste. Subi a esta tribuna,
Ver. Dib, para cumprimentá-lo em função da resposta, com números, que V. Exª
forneceu à digníssima Vereadora do Partido dos Trabalhadores Maria Celeste,
porque não adianta, é muito fácil chegar aqui e dizer para as pessoas que estão
ouvindo que não estão usando o dinheiro que o Lula mandou lá de Brasília: os 49
milhões de reais! Aí esperam um pouquinho e falam, de novo, que não estão
usando o dinheiro que o Lula mandou lá de Brasília: os 49 milhões de reais! Aí,
rola mais um pouquinho, e a minha querida Maria Celeste diz novamente que não
estão usando os 49 milhões de reais que o Lula mandou lá de Brasília para a
Saúde no Município! Esperem aí, assim fica fácil! É fácil chegar ao microfone,
numa tribuna, num discurso, e dizer: “Olhem, o dinheiro está vindo, só que a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre é que não faz uso desse dinheiro”.
Aí o Ver. João Antonio Dib, o mais atento de todos
os 36 aqui, “pimba na gorduchinha” e dá os detalhes; dá os detalhes
verdadeiros! Na pior das hipóteses, Maria Celeste, a Administração Fogaça
estaria igual a do seu Partido. V. Exª gostava da Saúde na gestão do Partido
dos Trabalhadores? Pois o Fogaça melhorou a Saúde em Porto Alegre...
(Manifestações no Plenário.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Mas é evidente
que melhorou! Mas é evidente que sim! Agora, fica fácil; fica fácil, ao
microfone, dizer que veio o dinheiro lá de Brasília, e que o Município não o
usou! Mas esperem, isso aí é uma ordem, Ver. Mauro Zacher, fácil de se entender
como é: é falar, falar, falar, falar, para que aqueles desavisados pensem “Ah,
o Lula mandou 49 milhões, mas o Município de Porto Alegre não os usou!” Aí fica
fácil! Aí o Ver. João Antonio Dib vem com os números, ano por ano, dizendo, “na
real”, o que está acontecendo, porque, “na real”, o que está acontecendo sempre
foi aquilo que aconteceu à política, porque, quando o PT estava no Governo,
Porto Alegre era uma Cidade de duas caras, de duas faces: uma que nós
enxergávamos, e outra que eles enxergavam! Agora é a mesma coisa: eles enxergam
uma cidade, e nós enxergamos outra! É a política! É a chamada oposição, tão
benéfica para a saúde da democracia brasileira! E dentro da democracia
brasileira fala-se o que quer e o que não quer.
Assisti, um dia desses, a uma palestra do
Secretário da Fazenda do Município, Cristiano Tatsch, e fiquei sabendo que o
PT, nos últimos três anos de governo, trabalhou no vermelho, com certeza
achando que ficaria eternamente no Poder, como está pensando Lula em ficar, com
suas armadilhas de Bolsa Família, bolsa geladeira, “bolsa o escambau”, pegando
o grosso da população brasileira e dirigindo esse povo, dizendo: “troteiem por
aqui, que é por aqui que nós vamos; troteiem por aqui, que no finalzinho do
túnel tem um ‘bolsa qualquer’ para vocês”. E aí, pimba nas urnas, e a
permanência no Poder. Então, o PT trabalhou no vermelho, nos últimos três anos,
e ainda, de sacanagem, deixou o Município sucateado e sem crédito. Peraí,
já foi o tempo em que existia um Partido neste País que chegava e cantava de
galo, que dizia, moralmente: “quando nós estamos no Poder não tem corrupção,
quando nós estamos no Poder tudo é muito bem-feito na área da Saúde e da
Educação”. Mas onde é que está?
(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu não estou
falando de Yeda, eu estou falando de todos os governos. E também não vou ficar
prestando atenção no senhor, senão me tira a idéia.
Então, essa falta de crédito internacional que o PT
deixou para o Fogaça é que nós temos que dizer. A Prefeitura estava sucateada.
Agora, para os menos avisados ou os desavisados: “Olha, o Lula mandou 49
milhões para Porto Alegre, mas a Prefeitura não os utiliza na Saúde”. Isso é
“conversa mole para boi dormir”! Vão se enxergar! Partido diferenciado no País,
onde é que tem? Somos todos iguais.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Haroldo de Souza.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Ervino
Besson; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, eu ouvia atentamente o Ver. Haroldo de Souza e
concordo plenamente com ele, quando diz que a Saúde na gestão do Fogaça está
bem melhor do que na gestão da oposição, na gestão do PT. O Secretário da Saúde
e Vice-Prefeito, Eliseu Santos, reformou 43 postos, Ver. Todeschini - eu posso
levá-lo a todos os postos que o senhor queira ver, porque o senhor fazia parte
da Administração que entregou tudo sucateado. O senhor sabe que isso é verdade,
que todas as Secretarias estavam sucateadas. Foi bom para vocês que tivesse um
corajoso, como o Prefeito Fogaça, que reestruturou toda a Prefeitura, pagou as
contas, está pagando, e está fazendo um belíssimo trabalho por Porto Alegre.
Eu também quero falar da Segurança do Estado, e também de Porto Alegre;
gosto de falar para Porto Alegre, porque na Polícia Civil está tendo um
trabalho muito bom. O Delegado Pedro Rodrigues, que vem coordenando o trabalho
da Polícia Civil, vem-se mantendo com extraordinária competência, e ainda tendo
diálogo com a comunidade, coisa que não acontecia nos outros Governos. O Chefe
de Polícia, Delegado Pedro Rodrigues, buscou este entendimento e está atuando
perfeitamente.
E mais ainda, agora quero falar da Brigada Militar,
do Coronel Mendes, que admiro muito pelo trabalho que faz; ele é um Coronel que
não é de gabinete, é operacional, ele vai junto nas atividades enfrentar de
cara aberta. Os senhores que conhecem Porto Alegre... Eu já fui assaltado
várias vezes! Eu conheço uma família que há poucos dias, numa zona melhor - na
João Abbot, no bairro Petrópolis -, foi assaltada. Chegaram dois cidadãos,
assaltaram o proprietário do carro, entraram com ele em casa, humilharam o
proprietário da casa, humilharam a sua família, pisaram no pescoço dele. E aí?
Querem que tratem com doce uma pessoa que tem coragem de fazer isso com um
cidadão de bem?
Eu concordo plenamente com a atitude do Coronel
Mendes; ele é um Coronel que está trabalhando muito. Eu quero que tenha mais
barreiras em Porto Alegre, porque quem não deve não tem medo! Quem não deve não
tem medo, Ver. Beto Moesch e Ver. João Bosco Vaz! O Coronel Mendes vem
intensificando o trabalho, vem mostrando que está com a comunidade, que está
com o povo de Porto Alegre, com o povo do Rio Grande e ainda há pessoas que
criticam o trabalho de um Coronel, de um Comandante da Brigada Militar?!
(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Verª Sofia
Cavedon, o Coronel Mendes jamais teria essa atitude de bater em um pobre. Não é
isso que acontece. Não é isso que acontece! Não, não faz! Pode ter certeza
disso. Eu tenho certeza absoluta de que o Coronel não teve essa atitude. Ele
tem uma atitude, sim, de defender o direito do cidadão do Rio Grande, e do
Brasil também!
(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Meu amigo
Ver. Guilherme Barbosa, eu vi o dia em que o Coronel Mendes chegou...
(Apartes anti-regimentais.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Srs.
Vereadores, há um colega na tribuna, por gentileza!
O SR. ALCEU BRASINHA: E mais ainda,
o senhor não pode esperar que um cidadão que é assaltado, humilhado...Quem sabe
o senhor nunca foi assaltado, Vereador? Eu fui várias vezes; eu fui várias
vezes! Vereador, e aí chegou o Comandante ali, na hora... O senhor é contra?
Vereador, quero lhe dizer que o senhor não teve esse problema e nem na sua
família, e nunca vai ter, porque o cara que teve eu duvido que venha aqui
defender assaltante, eu duvido! Duvido! O cidadão de bem não tem medo de
coronel, não tem medo de sargento e não tem medo de ninguém! A gente anda
livre, e pronto; não tem problema, mas o cara que aprontou... O cara que invade
a sua casa, armado, bota o revólver na sua cabeça, humilha o senhor, humilha a
sua família, e aí? Esse não pode ser preso, Vereador? Ver. Guilherme Barbosa,
eu o admiro muito, mas quero lhe dizer que o Coronel Mendes vem fazendo um
trabalho muito bom, e o senhor pode olhar na pesquisa interativa da rádio qual
é o percentual...
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Por gentileza,
Srs. Vereadores, há um Vereador na tribuna.
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Claudio
Sebenelo, que sabe do meu trabalho, e sabe que a Brigada Militar vem fazendo um
trabalho em conjunto com a Polícia Civil. Eu estou satisfeitíssimo, e essas
barreiras que eles estão implantando são muito boas para todos nós. Nós não
sabemos quem pode estar ali no carro. Quem sabe o senhor poderá estar sendo
assaltado, um de nós pode estar sendo assaltado e sendo refém, e tem a Brigada
para nos salvar, a gloriosa Brigada Militar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Ver.
Ervino Besson, presidindo os trabalhos neste momento, uma saudação às nobres Sras
Vereadoras e aos Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui e pelo Canal
16, queria inicialmente dizer que há alguns Vereadores que - não sei lá fora
como são interpretados -, causam surpresa e até indignação, às vezes, pelos
seus pronunciamentos. Refiro-me ao recente pronunciamento aqui do nobre Ver.
Brasinha.
Mas quero ficar no assunto relacionado à Saúde,
Ver. João Antonio Dib e Ver. Haroldo de Souza. Há poucos instantes, aqui no
Plenário, a Verª Maria Celeste trazia alguns dados importantes sobre o caos da
Saúde em Porto Alegre, e, porque não dizer, no Estado do Rio Grande do Sul.
Esse caos da Saúde em Porto Alegre se dá pela falta de investimentos na saúde
básica, na rede básica de Porto Alegre.
O Ver. João Dib dizia que os números aqui
apresentados não coincidiam com os números citados pela Verª Maria Celeste.
Pois eu, há poucos minutos, Ver. João Antonio Dib, retirei no site do
Ministério da Saúde a seguinte informação - e quero lhe dizer que eu confio no site
do Ministério da Saúde -: que no ano de 2007 foram investidos 595 milhões, 790
mil, 456 reais e 32 centavos. Portanto, é mais do que eu havia falado; eu disse
que eram 460 milhões.
Somente no teto municipal de média e alta
complexidade ambulatorial e hospitalar, quando nós nos referimos aos convênios
com os hospitais filantrópicos e os prestadores de serviços, foram liberados
para o Governo Municipal, que simplesmente fez o repasse por ser uma gestão
plena no Município de Porto Alegre. Portanto, foram liberados somente para a
gestão plena 459 milhões, 31 mil, quatro reais e 71 centavos. E além dessa
questão da gestão plena, são liberados para outros programas, como por exemplo:
Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família, recursos para a contratação de
agentes do campo de controle da dengue, teto financeiro da vigilância em Saúde,
e outros, que vão somar, então, de 459 milhões para 595 milhões, 790 mil, 456
reais e 32 centavos. Aqui, sim, estão os números atualizados. Demagogia aqui
neste microfone, não, Vereador! Esteve um Vereador, aqui, há pouco, o Ver. João
Antonio Dib, que deu os números, tintim por tintim; certinho, certinho. O
certinho está aqui, do Ministério da Saúde, minutos atrás!
Nós temos de dizer para a população que está ali
nos assistindo o que de fato acontece em Porto Alegre! Eu quero mostrar aqui
algumas fotos, por exemplo, do Posto de Saúde da São Carlos - e peço que a
câmera venha focar. Esse Posto de Saúde da São Carlos está na lista dos postos
do Professor Eliseu Santos, Secretário de Saúde do Município de Porto Alegre,
como reformado! Vejam o descaso! Vejam os Srs. Vereadores e Vereadoras, este
posto está dado como reformado! Posto de Saúde Modelo, vejam só, está dado como
reformado! Pois o nobre Vice-Prefeito, Secretário de Saúde de Porto Alegre, fez
um desafio à Comissão de Saúde, dizendo que era preciso que nós visitássemos,
então, os quarenta postos reformados. Ele vendeu demagogia, vendeu uma mentira!
Isso não se faz com os Vereadores desta Casa! Nós não temos tempo a perder,
não! Nós somos fiscais da Cidade e queremos que o Governo cumpra com o que ele
prometeu, como o TAC, que foi feito no Ministério da Saúde com relação ao
Programa de Saúde da Família, que até hoje não foi pago. Muitas coisas que
estão em dívida com a Cidade, como o Prêmio da Assiduidade, o fim das
demissões, sejam dos agentes ou dos demais profissionais! E mais do que isso, o
Projeto que até agora não veio para esta Casa, nem a retificação e nem mesmo
nenhuma mudança ou, sequer, uma tentativa de mudança, para poder viabilizar,
senão o Programa de Saúde, logo ali no final do ano, estará terminado! Nós
vamos para uma reeleição, vamos para a eleição e não temos resolvido um
problema grave, enorme, na cidade de Porto Alegre, que é o Programa de Saúde de
Família! Logo vão vencer contratos que não foram renovados, e o que o Governo vai
fazer, vai demitir? Nós não podemos entrar nessa, Ver. João Antonio Dib, nós
temos responsabilidade! E nós queremos que isso o Governo assuma o mais rápido
possível. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Aldacir Oliboni.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder de Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
aborrece a repetição das mentiras ou das inverdades, ou dos enganos. Um dia eu
me enganei também, mas eu declarei que me enganei. Eu via a Prefeitura receber
30 milhões para problemas de alta complexidade por parte do SUS, e não via ser
contabilizado. Um dia eu perguntei ao Secretário da Fazenda, um dia em que
respondia pela Prefeitura, em 2003; curiosamente ele não sabia me dizer, mas
depois eu fiquei sabendo: esse dinheiro que mandam para Porto Alegre, não é
para a Prefeitura de Porto Alegre, é para o Grupo Hospitalar Conceição, é para
o Hospital de Clínicas e para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Então, nós vamos ter que esclarecer, de uma vez por
todas, e não podemos faltar com a verdade. Ou nós acompanhamos a execução
orçamentária, ou nós não falamos. E eu tenho a preocupação de acompanhar a execução
orçamentária, não de agora, há quinze anos eu faço isso. Quando o Prefeito
Olívio Dutra assumiu, no primeiro ano, ele disse que ia ter um déficit, eu
disse que ele teria um superávit de quatro ou cinco milhões de reais, e
acertei; acertei! Agora vêm e repetem a mesma coisa; a Prefeitura recebe hoje
menos do que recebia em 2002. Eu digo isso com todas as letras, com todos os
números e com todo o dever de Vereador de fiscalizar. Se a Prefeitura recebesse
mais, eu reclamaria, não, ela está recebendo menos do que recebia em 2002. Em
2002, recebeu 307 milhões do Presidente Fernando Henrique Cardoso; em 2007,
recebeu 326 milhões, foi a primeira vez, depois de 2003, em que assumiu o
Presidente Lula, que chegou a ultrapassar os 307 milhões de reais, mas ultrapassou
nominalmente. Se eu aplicar a correção monetária da inflação, eu chego a 450
milhões de reais, que é o que eles gostariam que nós recebêssemos, e eu também
gostaria de que a Prefeitura recebesse! Mas não recebeu. Então, não tem mais
que falar sobre isso aí!
Não tem que tentar colocar na figura do Prefeito
Fogaça todas as infelicidades da Saúde da Cidade, porque, na verdade, era ruim;
não está muito melhor, mas não está pior! Mas, com menos recursos, manter o
mesmo nível, já é um trabalho extraordinário. E aí é que eu quero que vejam: há
uma publicação mensal, no dia 28, do balancete do mês anterior. Façam a
verificação, façam a fiscalização, façam as somas, e nós vamos ver que esse
dinheiro não entrou na Prefeitura. E a execução orçamentária não é diferente da
execução orçamentária dos anos anteriores, só que agora não tem mais dinheiro
para colocar em CDBs como se fazia antigamente. A Prefeitura de Porto Alegre
chegou a ter 180 milhões de reais aplicados em CDBs; esses 180 milhões de reais
hoje seriam 360 ou 400 milhões de reais. Tinha esse valor em CDBs, e devia!
Então, a Prefeitura do Prefeito Fogaça recebeu uma
Administração endividada, quitou as dívidas, restabeleceu o crédito
internacional, recebe menos dinheiro para a Saúde, mas mantém um padrão
razoável, que não é bom; o Secretário de Saúde gostaria de fazer muito melhor,
o Prefeito, então, nem se fala! Mas está mantendo o que é possível com a
diminuição de recursos investidos do seu Orçamento, de 18% a 19% ao ano.
Portanto, eu gostaria de que parassem de contar
essas histórias da carochinha da Saúde, porque não são verdadeiras, são
fantasias! A realidade dos números é bem outra: Porto Alegre está recebendo
menos dinheiro hoje do que recebia em 2003! Isso eu afirmo com toda a
tranqüilidade, com toda a sinceridade e com toda a responsabilidade, o que eu
acho que é uma coisa que eu posso dizer que me caracteriza. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; nobres colegas Vereadores e Vereadoras, este é
um debate que tem muito a ver com o calor da pele do povo brasileiro. Eu ouvi
atentamente esta discussão de quem mais deu verba para a Saúde, ouvi afirmações
cristalinas, verdadeiras, e o colega Ver. João Dib afirmou que se nós
analisarmos a Saúde dos últimos vinte anos, ela hoje não está pior.
Realmente, nós temos que chegar à seguinte conclusão: quem achar que a Saúde
hoje está boa, que estava boa, não está vivendo a realidade. Agora, por quê?
Temos dois problemas sérios na Saúde, que são: a falta de gestão e a falta de
investimentos. Ver. Dib, está comprovado que o Governo Federal diminuiu, não só
para Porto Alegre, mas para o Brasil todo o investimento em Saúde em torno de
3% a 4%. E também a gestão pública: vamos aqui lembrar daquele caso dos índios
do Mato Grosso, do Governador Zeca, em que os índios estavam morrendo de fome,
e era um problema de verba da Anvisa. Ficou provado que na boca dos índios só
chegavam 5% da verba liberada, o restante se perdia no caminho, se perdia nas
churrascarias até chegar para os índios que estavam morrendo de fome. E não
aconteceu nada! Com relação a esse desvio de verba, da morte dos índios, eu não
vi ninguém ser punido! Então, temos, além do problema da Saúde nesses últimos
tempos, que nos aflige também, fundamentalmente, a Segurança; na Educação,
também houve uma diminuição nacional dos investimentos no percentual da
arrecadação. E são esses os principais problemas, e não são problemas somente
de Porto Alegre. Aqui, realmente, a Saúde não está como deveria estar, nem a
Educação, nem a Segurança. Na Educação, as creches atendem apenas em torno de
20% das crianças na pré-escola; isso num País como o nosso não pode se admitir
de maneira nenhuma! Temos o problema da Anvisa, dessa baita corrupção, desse
desvio de dinheiro público que a todo dia, a toda hora se descobrem novos
fatos. Fatos e fatos recentes! Agora também no tal do PAC: 700 milhões de reais
dos dois bilhões previstos! Gente, realmente temos de tomar uma medida com nós
mesmos de trazermos a realidade.
Não adianta nós dizermos que a Saúde está boa se a
pessoa leva três, quatro meses para ter uma consulta; se leva um, dois, três
anos para fazer uma cirurgia! Eu não posso dizer que a Saúde está boa, mas
também nunca esteve! Agora, ela tem que melhorar, Dr. Raul; ela é fundamental.
A Segurança, a Saúde e a Educação são os três
pontos básicos de uma nacionalidade, e a Saúde é a que mais está sofrendo, por
falta de investimento e de gestão. Nós temos outros problemas também, mas esses
três são fundamentais. É chegado o momento de o Município, o Estado e a Nação
se unirem para trazer gestão e verba para esses três setores de uma forma
urgente! Repito: Segurança, Saúde e Educação! Temos que ampliar percentualmente
os investimentos nessas áreas sociais, inverter o que está acontecendo hoje,
quando há uma diminuição proporcional à arrecadação no País. Isso me deixa
triste como Vereador, um pequeno Vereador, um simples Vereador, mas que também
responde por seus eleitores, percorrendo o dia-a-dia de Porto Alegre. Nós temos
que melhorar, sim, e essa é uma obrigação nossa, um dever nosso lutarmos por
isso, fiscalizarmos e denunciarmos o que está errado. E temos que buscar isso
urgentemente! Não é para nós: é para nossos filhos e para os nossos netos
futuros. Porque uma geração se faz em 20, 30 anos. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder de oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
de fato, Ver. João Antonio Dib, fiquei muito estimulada pelo pronunciamento
especialmente do Ver. Haroldo de Souza, que acha, talvez pela sua percepção,
que esta Vereadora, quando sobe a uma tribuna, diz números, coloca dados ao
vento, ao léu. E eu quis vir novamente a esta tribuna, pedi para a minha Líder para
usar a Liderança de oposição exatamente para mostrar os documentos que eu
tenho, que embasam os meus pronunciamentos, especialmente esse que eu fiz hoje
em relação à Saúde.
Mas eu também queria, para não perder a
oportunidade, dizer que o Prefeito Verle anunciou uma crise financeira muito
séria no seu último ano de Governo, e, de fato, a situação da Prefeitura era
tão crítica que houve a suspensão da bimestralidade dos funcionários públicos
do Município de Porto Alegre, mas, mesmo assim, mesmo com essa crise
estabelecida, deixou em caixa 60 milhões de reais para o próximo Governo. E se
houve alguém que perdeu a credibilidade, que perdeu o crédito, foi o Prefeito
Fogaça, foi este Governo que deixou de pagar, em janeiro, a primeira parcela do
contrato com a 3ª Perimetral, que não cumpriu o pagamento em dia, em janeiro de
2005! Isso é real, isso é a realidade, Ver. Nedel! O senhor sabe que isso é
real.
(Tumulto no plenário.)
O SR.
PRESIDENTE (Ervino Besson): Colegas Vereadores,
peço silêncio; há uma Vereadora na tribuna.
A SRA. MARIA
CELESTE: Por favor, assegure o meu tempo, Sr. Presidente. Tanto é verdade, que
acabaram construindo um outro discurso. Mas verifiquem, lá na documentação, com
a Secretaria da Fazenda, quem deixou de pagar a parcela, e quando Porto Alegre
entrou na inadimplência.
Outra questão: quando se diz que se perde recurso
federal por falta de projeto - e aí eu quero mostrar, senhoras e senhores, a
matéria do jornal Zero Hora, do dia 28 de maio de 2007, que coloca bem grande
(Lê.): Sem projetos, sem recursos para o nosso hospital”. (Mostra matéria do
jornal Zero Hora.) Isso é o que foi dito pelo jornal de circulação da nossa
Cidade. E aí, quem fala a verdade? Quem tem os dados reais ou não?
A outra questão que eu também quero colocar diz
respeito à questão DST/Aids. Nós recebemos um e-mail, e espero que todos os Vereadores desta Casa tenham recebido
também, com o seguinte teor (Lê.): “A Secretaria Municipal de Saúde não vem
gastando os recursos destinados pelo Governo Federal para esta área. Somente no
ano passado havia 843 mil reais de recursos que não foram utilizados em 2006.
Recebeu mais um milhão e 100 mil de recursos e não foram utilizados, colocando
a situação do Projeto da DST/Aids, em Porto Alegre, numa situação crítica”.
Esta é a realidade, esta é a verdade! Uma Prefeitura que investe 14 milhões e
500 mil reais em publicidade e apenas dois milhões, Dr. Raul, na Saúde! Esta é
a verdade e é a realidade! A realidade, aliás, Ver. Haroldo de Souza, que está
aqui estampada neste documento, um documento do GAPLAN, a Peça Orçamentária da
Cidade de 2007, onde há os dados sobre os quais nós, os Vereadores e
Vereadoras, nos debruçamos para pesquisar; aqui estão os dados! Talvez, Ver.
João Antonio Dib, os seus dados estejam em outro lugar, não neste documento
encaminhado pelo GAPLAN. (Mostra documento.)
E quero dizer, também, mais uma vez, que dos 170
projetos previstos para investimento em 2007, aqui inscritos nesta Peça
Orçamentária, mais de 100 têm execução zero. Mais de cem, Ver. João Antonio
Dib; execução zero! Isso está aqui no documento do GAPLAN.
Então, dizem que esta Vereadora vem para a tribuna
sem conhecer o que está falando? Ora, Vereadores, me poupem! Me poupem! Porque
esta tribuna é onde nós nos preparamos, é onde nós estudamos, e viemos aqui
para dizer a verdade, Ver. Haroldo de Souza.
E mais uma vez, para finalizar,
quero aqui só deixar - e aí nós vamos, depois, com certeza, distribuir cópias
para todos os Vereadores - a promessa de campanha do então Prefeito Fogaça,
eleito em 31 de novembro de 2004, quando ele coloca que os convênios serão
feitos com a União para dar conta do problema da Saúde. E a Saúde piorou, e
piorou muito na Cidade! Não é à toa que a pesquisa do jornal Zero Hora aponta
que 70% dos porto-alegrenses estão preocupados com a Saúde em Porto Alegre.
Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Verª
Maria Celeste.
Leio o Memorando nº 028/2008, do gabinete do Ver.
Maurício Dziedricki:
“Solicito a representação desta presidência no evento Projeto Pescar, da
PROCEMPA, no dia 23 de junho de 2008, às 17h30min. Ver.
Maurício Dziedricki”. Já foi deferido pelo Presidente desta Casa, Ver.
Sebastião Melo.
Memorando nº 030/08 (Lê.): “Gabinete do Ver. José
Ismael Heinen: Exmo Sr. Presidente, sentir-me-ia muito honrado se,
ante a impossibilidade do comparecimento de V. Exª na Sessão Solene em
homenagem aos 200 anos de Nascimento do Marechal Manuel Luis Osório, que
ocorrerá no dia 25 de junho do corrente ano, às 14h, no Plenário do Palácio
Farroupilha, na Assembléia Legislativa, me fosse dada a honra de
representar-vos neste ato por demais importante. Agradeço a distinção ao
presente pedido.” Já foi deferido pelo Presidente desta Casa, Ver. Sebastião
Melo.
Memorando nº 024/08 (Lê.): “Do Gabinete do Ver.
Ervino Besson: Ao cumprimentar V. Exa, solicito autorização para representar a
Casa no evento que segue: dia 25/6/2008, quarta-feira, às 14h, no Secretariado
de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, no evento Homenagem ao Superintendente
Executivo, Diácono Dr. Ivo Guizardi. Atenciosamente”. Já foi deferido pelo
Presidente desta Casa.
Havendo quórum, passamos à
Assumirá, neste momento, a presidência dos
trabalhos, o Vice-Presidente desta Casa, Ver. Claudio Sebenelo.
(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos
trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2232/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/08, de
autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto
Alegre ao Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 19-06-08.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o
PR nº 021/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os.
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 9910/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/07,
que cria Funções Gratificadas junto ao Quadro do Magistério da Secretaria
Municipal de Educação – SMED, e dá outras providências. (Diretor, Vice-Diretor
e Secretário) Com Mensagem Retificativa. Com Emenda nº 01 ao Projeto.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Mensagem Retificativa;
-
da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto e da
Mensagem Retificativa.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 11-06-08.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o
PLE nº 043/07, com Mensagem Retificativa. (Pausa.) Não há quem queira discutir.
Em votação. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação do PLE nº 043/07, com Mensagem Retificativa.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, quero fazer um registro, porque há uma grande expectativa em
relação às FGs que estamos criando neste momento, de Direção, Vice-Direção e
Secretaria de uma nova escola, a última escola criada em Porto Alegre. É uma
escola bastante pequena, é verdade, com 20 alunos, mas uma escola fundamental,
que eu diria, vem culminar, vem dar mais um passo importante no processo de
inclusão nesta Cidade, que é a Escola de Surdos. Essa Escola já está
funcionando há quase um ano - e a Direção e a Vice-Direção estão em prédio
provisório, mas com uma grande responsabilidade -, e nossa preocupação é que
houvesse alguma retroatividade. O Ver. Professor Garcia diz que sim, que
retroage a março deste ano, no início das aulas. Então, parece-me que faz uma
mediação importante, porque são funções - aqui está a direção da ATEMPA,
acompanhando -, e nós sabemos, de extrema responsabilidade.
Essas FGs, na verdade, darão legalidade para os
atos da Direção, da Vice-Direção e da Secretaria, e esta é uma conquista
duramente trabalhada pelas pessoas com deficiência. A primeira grande conquista
foi a inclusão de turmas de surdos no CMET, o nosso Centro Municipal de
Educação de Adultos, que hoje dá conta de todo o Ensino Fundamental, que nos
mostrou que muitas pessoas surdas desta Cidade não eram alfabetizadas na língua
de sinais, que nós pensávamos alfabetizá-las na língua escrita, e aí precisamos
construir a alfabetização inicial desde pessoas adultas. A Cidade estava surda
a essa necessidade. É muito bonito ver como esses alunos seguem a sua luta, e
hoje a gente tem uma escola iniciando com apenas turmas de progressão.
Também quero fazer esta observação: temos, na
Escola de Surdos, poucos alunos. São duas turmas de progressão, que são as
turmas que foram construídas pelos ciclos de formação em todas as nossas
escolas, o que está permitindo uma escola inicial, numa iniciativa inovadora,
haver turmas que dão conta de diferentes níveis de conhecimento desses alunos
surdos. Então, é possível, por conta da proposta pedagógica, emancipatória,
avançada, flexível, que é a proposta pedagógica dos ciclos de formação que há
em todas as escolas, e que está viabilizando as escolas de surdos. Então, está
de parabéns a luta das pessoas com deficiência desta Cidade.
Quero também ressaltar que amanhã a Comissão de
Educação - que institui um Fórum pela inclusão escolar - vai ouvir relatórios
das Salas de Integração e Recurso sobre a inclusão nas demais escolas. Nós não
nos preocupamos apenas em qualificar, melhorar e ampliar espaços específicos,
como são as nossas escolas especiais, mas a rede municipal de ensino está muito
empenhada na inclusão das escolas comuns. E, hoje, são 1.600 alunos incluídos,
que já nos ensinam que nós precisamos avançar mais. A maioria das escolas não
tem acessibilidade plena, tem ausência de rampas, de banheiros adaptados, de
elevadores. As bibliotecas não são acessíveis, falta pessoal para fazer a
inclusão, apesar de todo o investimento, de toda a mudança pedagógica; a gente
precisa avançar muito.
Então, amanhã, é Pauta da Comissão de Educação esse
tema, e será comemorada, com certeza, a criação das FGs e a instituição formal,
porque ela já tem um Decreto criando a escola de surdos. Estamos todos de
parabéns, Ver. João Antonio Dib.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª
Sofia Cavedon.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Claudio
Sebenelo, o PLE nº 043/07, com Mensagem Retificativa. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 043/07, com
Mensagem Retificativa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 036/08 – (Proc. Nº 2911/08 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade ao Magistério Municipal de Porto Alegre, em luta pela imediata aplicação da Lei Federal nº 11.301/06. (incluído em 14-05-08)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação o
Requerimento nº 036/08, de autoria da Ver. Sofia Cavedon. (Pausa.) A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 036/08.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na
verdade, essa Moção de Solidariedade originou-se da discussão da CECE - da
Comissão de Educação -, em reunião, que recebeu a ATEMPA e o Simpa, que aqui se
fazem representar, e a representação de muitos professores, diretores de
escola. E do que se trata? A Moção de Solidariedade é no sentido de indicar ao
Governo, especificamente ao PREVIMPA, que a Lei Federal 11.301, de 2006,
enquanto estiver em vigor, seja cumprida.
E é uma Lei que veio definir o termo “funções de
magistério”, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para fins de
aposentadoria, porque nós tínhamos em Porto Alegre, não só em Porto Alegre como
no Brasil inteiro, até 1990, o entendimento de que funções de magistério também
eram as funções de direção de escola, de orientação e supervisão escolar; tanto
que, em Porto Alegre, nós só temos um cargo na SMED, o cargo de professor; o
cargo de especialista foi um cargo em extinção.
Nós fazemos concurso para professor, todos nós, e,
por processos da escola, claro, exigida a formação, os professores vêm assumir
supervisão escolar, orientação escolar, e, por eleição, os professores vêm
assumir direção de escola.
Muitas vezes, em 30 anos de trabalho, de cinco a
oito anos são dedicados a essas funções, e os outros são em sala de aula.
O entendimento em todo o Brasil era
de que esses professores, portanto, deveriam fruir do direito da aposentadoria
aos 25 anos, previsto na Constituição Federal, art. 201, que se refere às
funções de magistério.
Uma consulta ao Supremo Tribunal Federal, dos
estados de Santa Catarina e Espírito Santo, resultou no entendimento restritivo
dessa idéia de funções de magistério pelo Supremo Tribunal Federal. E, aí,
muitos professores nossos, aposentados, tiveram de voltar para cumprir algum
tempo, porque haviam cumprido fora de sala de aula na escola.
Ora, essa Lei Federal 11.301, da Dep. Neide
Aparecida e da qual o Dep. Federal Mendes Ribeiro Filho foi o relator, e é um
militante do PMDB, portanto, não é uma questão só de um Partido, veio definir
quais seriam as funções de magistério, deixando claro que são as atividades
educativas exercidas em estabelecimentos de educação básica, incluídas, além do
exercício da docência, as de direção de unidades escolares, coordenação e
assessoramento.
Portanto, é uma lei em vigor. Houve argüição de
inconstitucionalidade, ela está em discussão no Supremo Tribunal Federal, mas é
uma Lei assumida, por exemplo, por Curitiba, assumida pelo Governo Federal, e
ela vige. O que a categoria dos municipários professores não entendem, é por
que o PREVIMPA não cumpre a Lei, enquanto ela estiver em vigor.
A discussão da CECE, da Comissão
de Educação, foi no sentido de que o PREVIMPA faça essa discussão, e nós
entendemos, na Comissão de Educação, que esta Casa deveria fazer essa
indicação, Ver. Garcia, ao PREVIMPA, em solidariedade aos professores. Os
professores afirmam que querem correr esse risco. Se a Lei vier a cair, eles
voltarão, cumprirão o tempo. Mas eles querem o seu direito garantido, e isso
confere com a nossa concepção de educação, onde todos na escola são educadores.
Inclusive há legislação votada nesta Casa que exige, que para ser diretor de
escola, tem que ser professor, tem que ter seis meses naquela escola, tem que
ter três anos de magistério, ou seja, nós dizemos legalmente em Porto Alegre
que exercer funções pedagógicas dentro da escola são funções do professor.
Então, me parece que nós
precisamos indicar isso ao PREVIMPA, esta idéia da Moção de Solidariedade.
Também na CECE, foi tirada uma indicação que já encaminhamos ao Supremo
Tribunal Federal, para que vote pela constitucionalidade da Lei nº 11.301.
Então, o apelo aqui aos colegas
Vereadores é que votemos esta Moção, apoiando os professores, para garantia
plena desta luta. Esta Lei é resultado de uma luta nacional, e me parece muito
justa, porque as funções de magistério são bastante penosas, e, quando se sai
da sala da aula para a direção, se dobram as funções, e, muitas vezes, se entra
em sala de aula para suprir a falta de professor, e etc. Então, nós agradecemos
a sensibilidade de todas e de todos. Muito obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio
Sebenelo): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 036/08.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu acho que é
importante a questão da Moção de Solidariedade, mas, ao mesmo tempo, nós temos
que ter a maturidade de saber da dificuldade, por ser uma questão da Legislação
Federal. Lembro que, na oportunidade, o Vereador Mendes Ribeiro Filho era o
Relator, andou o Brasil inteiro por essa situação, e nós temos situações mais
graves ainda que a Verª Sofia não comentou; o Ver. João Bosco Vaz sabe que os
funcionários, os professores da Secretaria Municipal do Esporte não estão
incluídos hoje. Então, eles têm de fazer tempo diferenciado, quer dizer, ambos
são professores, mas um, por estar na Secretaria Municipal de Esportes, não
tem, por uma concepção legislativa federal, os mesmos princípios da Secretaria
Municipal de Educação. Este Vereador passou por isso quando era Diretor do
Centro de Treinamento Esportivo. Inúmeros professores, ao ingressar com a sua
aposentadoria no Magistério Público Estadual, não a conseguiam, porque diziam
que era uma função diferenciada. Na época, lembro de que tive que ir ao
Conselho Estadual de Educação, para emitir um parecer dizendo o que é na
realidade regência de classe. E a regência de classe está constituída em ambos
os casos.
Portanto, entendemos como meritória a questão da
Moção da Solidariedade, eu acho que isso contribui para fazer uma massa
crítica, porque isso é uma situação que ocorre em todo o Brasil em função de
uma legislação federal, por isso acho importante. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Garcia.
Em votação o Requerimento nº 036/08, de autoria da
Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. nº 247/05 – (Proc. nº 6600/05 – Ver. Dr. Goulart) – requer a constituição de Comissão Especial para elaboração de proposta de Plano de Carreira para os profissionais de saúde do Município de Porto Alegre. (incluído em 25-10-06)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação o
Requerimento nº 247/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart. (Pausa.)
O SR. NILO SANTOS (Requerimento): Gostaria de
solicitar o adiamento do encaminhamento do Requerimento nº 247/05 por três
Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Vereador Nilo
Santos, por gentileza, a Diretoria Legislativa nos informa que Requerimento não
pode ser transferido. Só pode ser retirado da priorização.
O SR. NILO SANTOS (Requerimento): Solicito,
então, a retirada da priorização.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1841/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e
Reaproveitamento das Águas nas edificações. Com Emenda Nº 01. (desarquivado
pela Ver.ª Mônica Leal)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação da matéria;
- da CEFOR. Relator
Ver. Carlos Todeschini: pela rejeição do Projeto (Empatado);
- da CUTHAB.
Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relatora Ver.ª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 22-02-06.
O SR. PRESIDENTE (Claudio
Sebenelo): Em discussão o PLL nº 072/04. (Pausa.) O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 072/04.
O Estado que mais necessita disso é justamente o
Estado do Rio Grande do Sul, porque há estiagens freqüentes e, ao mesmo tempo,
índices pluviométricos muito bons, mas que não são aproveitados. É
impressionante! Onde está o discurso do desenvolvimento sustentável, se não
aproveitarmos a água da chuva? Então vamos parar com esse discurso, porque não
há sustentabilidade, Ver. Sebenelo - que sempre pautou esse assunto também nos
seus pronunciamentos, nos seus estudos, inclusive em Comissão -, em uma
atividade que não reaproveite aquilo que é possível reaproveitar, seja água,
seja resíduo! Impressionantemente!
O Estado do Rio Grande do Sul e Porto Alegre podem,
mais uma vez, Dr. Raul, se antecipar, em nível estadual, ao menos, porque em
nível nacional e internacional isso já é uma realidade. Nós já estamos
atrasadíssimos. O aproveitamento da água da chuva, o reuso da água e a sua
otimização, porque o que nós trazemos aqui, Ver. Mauro Zacher, é um Programa de
Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas nas edificações, sejam
residenciais, sejam comerciais, sejam industriais, sejam prédios públicos. Para
quem não sabe, os prédios públicos não pagam a água tratada do DMAE. No momento
em que nós aproveitarmos a água da chuva e reusarmos a água chamada servida, a
da pia, a do chuveiro, para descarga do banheiro, nós vamos reduzir esse custo
desnecessário. Ver. Ervino Besson, o senhor admite usarmos água tratada,
caríssima, para dar descarga no banheiro?! V. Exª admite isso?! Usar água
tratada, que tem um custo energético altíssimo, tem um custo químico altíssimo,
para, depois, Ver. Mauro Zacher, dar a descarga? Ver. Sebenelo, no nosso
banheiro, para a descarga? Mas, por favor, onde está o desenvolvimento
sustentável?! Quando nós vamos entrar no Século XXI, neste tema, é claro? Neste
tema, nós não entramos, ainda, no Século XXI. Porto Alegre, que tem um
histórico de se antecipar às legislações socioambientais de sustentabilidade,
neste caso, esta Casa e a Cidade como um todo estão deixando a desejar. Mas
isso faz parte, porque é novo. É um Projeto de Lei que tramita desde 2004. Está
na Ordem do Dia desde fevereiro de 2006, e precisa, de uma vez por todas, ser
votado. Quero dizer mais, a SMAM, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, já
exige a captação de água da chuva e reuso da água, Verª Maria Luiza, em todos
os empreendimentos que são licenciados pela SMAM.
Mas por que colocar em lei? Para evitar
retrocessos. Este tema, se é importante, tem de ser tutelado. E mais, nem todos
os empreendimentos são licenciados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente;
um shopping center é um loteamento de maior porte, mas há
empreendimentos de menor porte, como um pequeno restaurante, uma residência que
não são licenciados pela SMAM, e isso vai reduzir em mais de 50% a taxa de água
do residente. É por isso que a Caixa Federal, em vários Estados, não financia
projetos que não tenham a captação de água da chuva e façam o uso dela, porque,
depois - e já concluo, Ver. Sebenelo -, as pessoas não conseguem pagar a água.
Então, nós só estamos trazendo, Ver. Sebenelo, algo que já é uma prática em
todo o Brasil e em todo o mundo, e não se sabe por que isso ainda não é uma
realidade neste Estado, e Porto Alegre deve, como Capital, se antecipar. Está
aqui um Projeto de Lei óbvio, mas que não está ainda em prática. Portanto, peço
a compreensão e a colaboração dos senhores e das senhoras para um Projeto
imprescindível para o desenvolvimento sustentável, justo e real para a cidade
de Porto Alegre ao menos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Beto Moesch.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 072/04.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em princípio, a idéia
do Projeto parece boa, mas é preciso uma análise mais detalhada, porque a
implantação desse Projeto implica custos muito elevados e controles bastante
rigorosos, porque diz respeito à questão da garantia da qualidade da água
potável. Vejamos só um exemplo, aqui (Lê.): “As águas servidas serão captadas,
direcionadas através de encanamento próprio e conduzidas a reservatórios
destinados a abastecer as descargas de vasos sanitários ou mictórios”. Então,
vejam só, tem que haver não um sistema, mas, agora, dois sistemas: um
reservatório, à parte, para as águas servidas do tanque, dos chuveiros - as
chamadas águas servidas limpas, usadas -; e um sistema de bombeamento, um
sistema de encanamento, outro reservatório elevado, que vai ser utilizado em
vasos ou lavagem de pisos. É uma idéia. E hoje, inclusive na UFRGS, existem
várias teses de doutorado e de mestrado que trabalham no desenvolvimento dessa
idéia. Agora, transformar isso em lei eu acho muito complicado, porque
significa, talvez, uma elevação para uma edificação, de 3%, 4%, 5% nos custos
gerais, e a redução de custos não é tanta como está anunciada aqui.
Hoje, nós temos um sistema que
funciona com água tratada - a higiene, a limpeza e a descarga -, mas o gasto
disso é mínimo, é muito racional. Seria mais eficaz, talvez, nesse caso, o uso
do sistema de caixa acoplada no vaso sanitário com dois níveis de descarga, em
que o consumo de água pode ser dois, quatro, oito litros, em vez de uma válvula
hidra, que tem um gasto maior. Eu acho que medidas assim são muito mais
eficazes.
Aqui foi feito um discurso, pelo autor, destacando
a problemática e a questão do uso da água das chuvas, Ver. Guilherme Barbosa, e
nós temos tido problemas de estiagem. Então, nós temos que guardar água da
chuva, pela lógica.
(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. João
Bosco Vaz, V. Exª responde a questão que eu levantei. Se temos cada vez mais
seca, como vamos armazenar água da chuva? A não ser que sejam feitos enormes
reservatórios em cada terreno, o que custa muito caro e é inviável. Para Bagé,
por exemplo, poderia auxiliar em algum grau. Mas não é o caso de Porto Alegre,
onde nós temos um manancial como o rio Guaíba, que produz 300 litros de água
para cada litro captado para o abastecimento público. Então, vejam, isso - e eu
estou só levantando as dúvidas que devem ser desenvolvidas neste Projeto -,
implica custos elevados, custos de energia, custos de uma nova tubulação, custos
de manutenção, custos de operação, custos de reservatório enterrado, custos de
reservatório elevado e controle da Vigilância Sanitária e do DMAE. Porque com
qualquer conexão malfeita - e isso não é impossível de acontecer - pode-se
estar contaminando a rede de água de abastecimento público. Então, vejam só
sobre o que estamos tratando nesta matéria! Há uma série de idéias e atitudes
que são importantes. A medição individual de água já está sagrada em todo o
País, há Estados inteiros onde ela é obrigatória, e aqui ainda não foi
aprovada, apesar de o Projeto de nossa autoria estar na Ordem do Dia e de não
haver acordo do Governo para tanto. Mas quero chamar a atenção dos Srs.
Vereadores e das Sras Vereadoras para esta questão, pois a partir,
talvez, de uma idéia boa, de uma idéia desejável, nós estejamos assumindo um
papel que não é o papel da legislação, e, sim, um movimento que deve orientar
as pessoas para as práticas do uso racional, mas isso como atitude de
consciência e de autodeterminação de todos os indivíduos de uma cidade, e não
em uma lei que talvez dificulte mais as coisas do que ajude. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 072/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Claudio
Sebenelo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, há determinadas idéias que não podem ser tratadas de forma
partidária, sectária, porque, afinal de contas, são idéias que vêm para fazer
com que a sociedade possa evoluir, possa progredir. Não são idéias que são
tratadas pelos comunistas, pelos socialistas ou pelos liberais, Ver. Claudio
Sebenelo. Aqui está um tipo de idéia apresentada pelo Ver. Beto Moesch que vem
fazer uma proposta para que seja instituído um Programa de Conservação, Uso
Racional e Reaproveitamento das Águas. Isso não significa - e eu falava para o
Ver. Beto Moesch - que as pessoas que possuem hoje as suas casas têm que,
imediatamente, mudar todo o processo, colocando uma outra caixa para o reaproveitamento
das águas da chuva e mudar todo o sistema na sua casa, porque, senão, ele não
estará adequado à lei. Não, eu até acredito, e tiro por mim mesmo, que cada um
na sua casa, quando conhecer esse Programa de Conservação, Uso Racional e
Reaproveitamento das Águas, Verª Maristela Meneghetti, vai querer fazer, porque
vai estar se integrando a uma sociedade mais evoluída, porque em locais mais
evoluídos já se utiliza esse processo de reaproveitamento da água. E aqui, nas
novas construções, aquelas pessoas que já têm as condições necessárias e o
conhecimento para fazer com que esse reaproveitamento possa se dar, já estão
fazendo assim, porque, afinal de contas - falou bem o Ver. Beto Moesch quando
veio aqui -, nós não podemos mais conceber que a água tratada seja destinada a
dar descargas em vasos sanitários, seja destinada para regar jardins, seja
destinada para outros fins que, na verdade, seria desnecessário todo o
tratamento, todo o custo que tem a água, para ser jogada fora.
A água tratada deve ser destinada ao uso das
pessoas; as pessoas devem tomar essa água, devem ser feitos os refrigerantes
com essa água. Ela deve ser destinada a que o cidadão possa utilizá-la melhor.
Agora, para isso, as novas construções - é o que diz aqui o Programa de
Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas - já devem vir
orientadas para ter essa duplicidade no tratamento da água, para ter-se esse
reaproveitamento racional da água. Eu acredito que isso não deva ser alguma
coisa em que se tenha que colocar uma visão de mundo contra outro. Não! Tanto
os comunistas, como os socialistas e os liberais querem fazer com que a água
possa ser reutilizada de uma forma melhor! O que nós ouvimos aqui de alguém que
entende do assunto, mas que eu acredito que tratou do assunto de forma muito
ideológica, o Ver. Todeschini, não é real! Nós devemos encarar este problema do
reaproveitamento das águas como algo que vai trazer um avanço para a nossa
sociedade.
Eu estava lendo o Projeto do Ver. Beto Moesch, é um
Projeto bem amplo, explicativo, fala do reaproveitamento das águas, do seu
programa de conservação. Há toda uma explicação e um detalhamento daquilo que
deve ser feito nos futuros projetos de construção, nas futuras construções,
para que realmente nós possamos ter, talvez, menos custo daqui para frente para
o tratamento de água, porque, afinal de contas, como a água vai ser utilizada
mais para se tomar, mais para o bem do cidadão, realmente, e nós não vamos mais
jogar fora água tratada para regar jardim e também para dar descarga em vaso,
com toda certeza o custo da água vai ser menor para toda a sociedade. Vai valer
a pena e, com toda certeza, eu acredito que a votação de um Projeto como este
tem que ter uma votação unânime. Não poderia ser diferente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. José
Ismael Heinen está com palavra para discutir o PLL nº 072/04.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Ver. Claudio Sebenelo, nobres Vereadores e Vereadoras, eu já me manifestei
diversas vezes sobre este Projeto. Quando cheguei a esta Casa, a primeira coisa
que fiz foi procurar fazer um projeto a respeito das microbacias de contenção
das águas da chuva. Eu comprovei, na prática, o benefício que este Projeto
poderá trazer à Cidade, para os cidadãos, e para todos nós.
Eu administrei o Clube Geraldo Santana, que fica lá
no morro, em frente ao Colégio Santo Antônio, lá construímos piscinas e não
tínhamos como buscar água no subsolo, porque não deu água, e optamos por
construir reservatórios d’água, cisternas d’água, e quem for lá no clube não
vai nem notar onde elas estão. Elas estão embutidas nas paredes, nos muros, nos
passadiços, com uma economia que já se pagou três, quatro, cinco vezes mais do
que foi investido para se fazer essas cisternas. Isso está lá comprovado.
Agora, vejam os senhores o seguinte: eu me atenho a
este Projeto aqui, do qual sou um fervoroso defensor, que é sobre as
microbacias de contenção das águas da chuva. O que é isso? Se cada residência,
cada condomínio, cada construção fizer a captação das águas da chuva, isso
acarretará outros grandes benefícios para nós. Primeiro, nós aprovamos, este
ano, aqui, que o Executivo fizesse um empréstimo de verba para fazer uma grande
bacia de contenção das águas da chuva. E, de repente, essas microbacias de
contenção poderão resolver as inundações da nossa Cidade. Imaginem cada
residência ter esse sistema sem custo para o Poder Público! Por que é que eu
digo sem custo para o Poder Público? Porque todo condomínio, toda moradia que
fizer a sua cisterna de captação da água da chuva, em um ou dois anos paga o
investimento, e, dali para frente, ele passa a ter lucro.
Como diz o Projeto, no art. 13, o Poder Público
poderá cadastrar empresas que queiram, em troca de incentivos - de repente, a
diminuição do IPTU para aquela empresa, durante um ou dois anos -, optar por
fazer essas cisternas. E as novas edificações, com certeza, também terão um
benefício muito grande.
Agora, um outro enfoque também seriam cisternas de
captação da água da chuva em que a terça parte de cima, com ladrão... Quer
dizer, se der o impacto da chuva - a cisterna, de preferência, digamos, que
estivesse vazia -, haveria a sucção da água da chuva. E, quando passar a maior
tromba d’água, vai escorrer um terço e, quando vier outra tromba d’água, estará
novamente retendo e jogando devagar para o meio-fio da calçada.
Este é um Projeto que podemos ver
pelo lado ecológico, pois essas águas da chuva poderão ser usadas também, de
repente, lá nas hidras dos banheiros, mas também para a lavagem de calçadas,
para regar as plantas, os jardins, os gramados, o que significaria mais saúde,
mais limpeza, mais higiene, mais verde na nossa Cidade com o aproveitamento da
água da chuva dessa maneira.
Então, eu quero parabenizar o nobre colega Beto
Moesch em trazer este Projeto para a Câmara.
Eu acho que as edificações antigas, se tiverem um
pequeno incentivo - para mim nem precisariam ter incentivo, porque o condomínio
pode fazer os cálculos e, em um ano, ele já tem o lucro correspondente. A
cisterna poder ser enterrada, pode ser aérea, pode ser colocada em qualquer
lugar. Isso foi comprovado, na prática, lá no Clube que eu tive o prazer e a
honra de presidir durante nove anos.
Então, estamos votando favoravelmente; talvez
necessite de alguns acertos na regulamentação para enriquecermos um pouco mais
este Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. José Ismael Heinen.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir o PLL nº 072/04.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, é importante que nós tenhamos a possibilidade de fazer a discussão.
A nossa Bancada não teve ainda a oportunidade de, em conjunto, analisar e
discutir o projeto. Todos nós já o tínhamos lido, mas não nos reunimos para
tomar uma decisão sobre o mesmo. Então, eu venho à tribuna, neste momento, para
dizer que tenho uma posição diferente da posição do Ver. Carlos Todeschini.
Coincidentemente, nós dois fomos ex-Diretores do DMAE, assim como o Ver. João
Antonio Dib. Eu sou daqueles que acha que todo o processo que avance no sentido
do uso racional desse bem cada vez mais valioso e mais importante, que é a
água, principalmente a água tratada, é um esforço que deve ser apoiado.
Eu fui autor de um projeto que virou lei na Cidade,
que estabeleceu a medição individual de água em condomínios horizontais e em
prédios - naquela ocasião, foi o possível de avançar - com até três pavimentos,
exatamente com o objetivo de nós termos o uso mais adequado e mais econômico
nessas edificações, porque, quando o pagamento era igual para todo mundo,
ninguém economizava e saía a água pela torneira de uma forma indevida.
Hoje, nós temos um projeto em tramitação, que nós
também vamos querer o voto da situação, e do próprio Ver. Carlos Todeschini,
que amplia essa lei para todas as edificações a serem construídas daqui para
frente. Esse vem também na mesma direção, que está incluído, inclusive, no
projeto do Ver. Beto Moesch, que nós estamos aqui discutindo. O projeto do Ver.
Carlos Todeschini é mais, digamos, detalhado no aspecto da medição.
Muito bem, então, se há um dispositivo de coletar
água da chuva para usar em determinadas situações, se há dispositivo de
reutilizar a água usada, nós devemos aplicá-lo em Porto Alegre. Quando
apresentei o Projeto de Lei para fazer a medição individual de água em algumas
edificações, a indústria da construção civil usou o argumento de que iria
encarecer as edificações. Em alguns debates que fiz em veículos de comunicação
eu sempre perguntava: mas encarece quanto? E era difícil obter a resposta.
Sempre havia uma saída pela lateral. Até que um profissional do cálculo disse
que era em torno de um por cento. Um por cento, em face do benefício, era
absolutamente absorvível, se essa palavra existe nessa aplicação.
Portanto, eu acho que aqui também vai haver
gritaria da indústria da construção civil, mas acho que todo avanço social tem
custo, e esse avanço social significa, em longo prazo, um benefício para toda a
sociedade. Mesmo que nós, em Porto Alegre, tenhamos esse maravilhoso e enorme
manancial, que foi o motivo do nascimento da nossa Cidade, aqui, neste local,
que é o nosso querido Guaíba.
Portanto, acho que é de se votar a favor do
Projeto, mas recomendo ao Ver. Beto Moesch que, no mínimo, troque a redação do
art. 11, porque ele está confuso. O art. 11 diz o seguinte (Lê.): “As águas dos
lagos artificiais e chafarizes de parques, praças e jardins serão provenientes
de ações de reaproveitamento”. E, em artigo anterior, o Vereador classificou
como reaproveitamento, Ver. Ismael, a água que vem da chuva, mas também a água
a ser reutilizada, que passaria pelos vasos sanitários. Portanto, se nós vamos
colocar essa água que sai dos vasos sanitários em jardins, em parques, onde a
gurizada de rua entra na água, é uma situação muitíssimo perigosa. Então, esse
artigo tem que ser, no mínimo, modificado, ou talvez, até melhor, retirado,
para que não haja nenhum risco, para que nós tenhamos o avanço da economia sem
colocar em risco a Saúde Pública. Em princípio, como a nossa Bancada não fechou
posição, sou a favor do Projeto, mas com essa expressa recomendação de retirar
ou, no mínimo, modificar o art. 11. Melhor retirar! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
discutir o PLL nº 072/04, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.
O SR. BETO
MOESCH: Ver. Sebenelo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, apenas
quero aproveitar, num intuito informativo, Ver. Garcia, alguns pontos colocados
aqui, principalmente com relação ao que disse o Ver. Todeschini. Ver. Marcelo
Danéris, não há, para novos empreendimentos, mais custos na edificação. O Ver.
Dib, o Ver. Guilherme Barbosa são Engenheiros: não há custo adicional.
Existiria custo, Ver. Sebenelo, e o Projeto não exige isso, nas edificações já
existentes. Nas já existentes, há, sim, o aumento de custo. Para os novos
empreendimentos, não há aumento de custo, Ver. Brasinha. Não há! E o Ver.
Ismael colocou muito bem: mesmo se tivesse - e não tem -, no momento em que se
reduz em mais de 50% o custo da taxa de água, em seis meses, no máximo, isso já
seria resolvido. Pôxa, eu acho estranho que o Ver. Carlos Todeschini faça um
discurso no sentido do desenvolvimento sustentável, mas aí o Ver. Oliboni diz
que tem custo adicional, e aí não pode! Mas que discurso é esse de
desenvolvimento sustentável? Mesmo que tivesse mais custo, e não tem, nós
teríamos que exigir a captação da água da chuva e o reuso da água. Mesmo se
fosse o dobro do preço. Verba para fazer fitness
e piscina no prédio, aí não tem custo, mas para reaproveitar água da chuva, ou
melhor, usar a água da chuva e reaproveitar água, aí tem custo. Mas pode ter fitness, pode ter piscina, aí tudo bem.
Então, por favor, esse discurso de que tem mais custo, Ver. Braz, vindo do Ver.
Todeschini, que fala de desenvolvimento sustentável, mas desenvolvimento
sustentável, sim, se tiver mais custo para a racionalização, para a otimização,
para o uso sustentável de um recurso que todos dizem, todos sabem, o mais
importante que qualquer outro recurso, que é a água. Não podemos aqui jamais
aceitar a defesa de que se tiver mais custo, nós não podemos exigir o uso da
água da chuva e o reuso da água. Por favor, isso está na contramão do século
XXI, isso está na contramão da Agenda 21! Mas não tem mais custo para as novas
edificações - e aqui inclui a indústria, o comércio e as residências. E mais,
Ver. Sebenelo, nós estamos apenas na Exposição de Motivos, e é interessante lê-la
por esse motivo - até houve uma redundância, mas tudo bem! O art. 97, Verª
Maria Celeste, do Plano Diretor, já exige isso; isso já está em Lei
Complementar, nós estamos apenas trazendo na Lei Ordinária, como se nós, de uma
certa forma, estivéssemos regulamentando em parte o art. 97 do Plano Diretor.
Já é Lei, nós temos, Ver. Sebenelo, a obrigação, querendo ou não, de votar! O
art. 97 está genérico, mas exige, vejam: “prevê a construção de caixas d’água
ou outros sistemas de contenção para evitar, não apenas os alagamentos [que são
as chamadas bacias de contenção], mas também baixar os custos das redes
públicas de esgotos”. E mais: se já é obrigação e se já estão sendo executadas
as bacias de contenção, Ver. João Antonio Dib, por que não aproveitar essa água
que está sendo contida? Por favor! Não há mais custo; muito antes pelo
contrário: haverá uma tremenda, uma substancial economia para os residentes,
para os que pagam a taxa de água, sem aumentar o custo da construção; volto a
insistir. E isso já é uma realidade em diversos empreendimentos antes de nós
exigirmos nas licenças ambientais - já era feito, e agora já é uma exigência
nas licenças ambientais.
Então, eu queria apenas, dentro do espírito de
informar, trazer estes dados: já está previsto no Plano Diretor, no art. 97.
Nós, de uma certa forma, estamos regulamentando o art. 97 do Plano Diretor, e
mais, nas novas edificações não há custo adicional. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Beto Moesch.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 072/04.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Presidente,
Ver. Claudio Sebenelo, colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras,
quero aqui fazer um conjunto de comentários ao Projeto do Ver. Beto Moesch,
primeiro fazendo uma distinção e uma reafirmação de postura e posições que
sempre tive e tenho nesta tribuna. Em vários momentos tenho feito duras
críticas ao Ver. Beto Moesch, principalmente no período em que ele esteve na
condução da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, sobre a sua postura como
gestor público da política ambiental. Digo isso exatamente para me contrapor ao
Ver. Beto Moesch, que tem me acusado, nesta tribuna, de não respeitá-lo. Quero
dizer que existe uma diferença muito grande, Ver. Beto Moesch, entre discordar
de V. Exª, fazer críticas às suas posturas, criticá-lo como gestor, e
respeitá-lo como Legislador desta Casa. Tanto que venho aqui dizer que tenho
acordo com este Projeto, e acredito que ele vem a qualificar a cidade de Porto
Alegre. Mas a diferença que nós temos que estabelecer aqui é entre a elaboração
de uma lei e a postura de um gestor. Continuarei fazendo críticas ao Ver. Beto
Moesch, porque acredito que a sua passagem pela Secretaria do Meio Ambiente
deixou imensas lacunas, e este Projeto é um que deveria ter sido implementado,
nobre Vereador, em sua gestão na Secretaria, quando já deveria ter iniciado um
programa de gestão de aplicação do reaproveitamento das águas públicas.
E qual é o grande problema que temos hoje nas
margens dos arroios, nas praças e nas áreas públicas municipais? É que os
conselhos de praças foram desconstituídos justamente na gestão do Secretário
Beto Moesch. Agora, isso não me impede, Ver. Luiz Braz, de vir aqui e dizer que
este é um bom Projeto, e que entendo que a gestão das águas é uma das
principais preocupações que devemos ter no planeta!
Portanto, creio que o Projeto, como está
apresentado, talvez tenha que trazer aqui algumas distinções quando fala da sua
regulamentação, e ele passará a vigorar em 180 dias após a sua aprovação.
Agora, o Projeto não entrará efetivamente em execução se não tiver a
regulamentação efetuada. Portanto, esse é um dos pontos que trago aqui.
O outro ponto é que eu acredito, sim, que se é para
nós aprovarmos um Projeto como este, nós temos que radicalizar, sim, Ver.
Guilherme Barbosa, na questão da utilização indevida das águas. Águas para a
irrigação de hortas e jardins; água para a lavagem de calçadas e água para a
lavagem de carros, creio que elas devem ser exclusivamente de água de cisternas
e águas da chuva, porque isso é água considerada de categoria dois, classe
dois. Não se precisa de todo um tratamento feito pelo Município para poder
lavar carro ou fazer irrigação. E todo mundo faz isso hoje na Cidade: utilizam
uma água nobre para lavar carros, lavar calçadas e fazer irrigações de jardins
e de hortas.
Portanto, eu defendo aqui, que, para essas
atividades exclusivas, nós deveríamos fazer, sim, Verª Neuza Canabarro, com que
se utilizasse exclusivamente águas de cisterna, porque as águas de cisterna são
de categoria dois, e, para isso, elas servem. E não deixar simplesmente, Ver.
Beto Moesch, como um indicativo. E volto a dizer - o senhor antes não estava
prestando atenção, estava conversando - que eu tenho discordância com o senhor
com relação ao ponto de vista da gestão, mas eu o respeito, tanto que defendo
este Projeto, porque entendo que é um Projeto que vem para qualificar, pelo
menos dentro da sociedade, pois visa à utilização racional de um recurso que
está em extinção no mundo, que é a questão das águas, e, principalmente, das
águas doces. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Carlos Comassetto.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir
o PLL nº 072/04.
O SR. PROFESSOR GARCIA
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito
verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Solicito a abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Professor Garcia. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h13min.)
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